Chego à Parauapebas ainda em 21 de março de 2004, época em que contava com 24 anos de idade e já estava há apenas 04 anos no exercício da advocacia. Solteiro, jovem e no início da carreira profissional. Neste momento, a cidade estava prestes a completar 15 anos. De imediato fiquei impressionado com beleza da geografia deste lugar, pois as serras, montanhas e morros, desenhando a paisagem e permitindo a sensação de bem estar, sem falar dos rios, vários rios… Conheci pessoas de diversos lugares do Brasil, de diferente formação profissional, ideológica e conceitual. Vi, como a política partidária é vivida por aqui em todos os cantos. Senti o prazer de começar minha vida num lugar que também representava um “começo” .
Ao mesmo tempo em que constatei uma cidade de muito trabalho, de ritmo intenso e de muitas expectativas. Constatei a existência de enormes diferenças e desigualdades sociais, comecei a ver e a viver, de perto, a luta entre capital x trabalho, e adentro na militância prazerosa da advocacia trabalhista. Aos poucos fui compreendendo a lógica do sistema e os enormes conflitos aqui existentes: trabalhista, social, político e agrário, e, então, passo a acompanhar esta dinâmica.
Sempre soube que Parauapebas deveria e iria melhorar, deveria avançar no respeito ao seu povo, permitir maior qualidade de vida, motivar renovação das esperanças daqueles que aqui chegam dia a dia em busca de trabalho, enfim, sempre acreditei que a cidade pudesse fazer jus à importância econômica que representa a nação brasileira, permitindo ao seu povo a certeza de viver bem.
Vi o avanço em vários sentidos, principalmente o crescimento das favelas, periferias e da miséria… De fato, o Estado, não conseguiu acompanhar as demandas do povo desta cidade minerária.
Hoje, ainda tenho a mesma sensação de que a cidade deve e vai melhorar, que a qualidade de vida enfim se instalará, que além de dedicação integral ao trabalho e a produção de riquezas a sociedade e o povo irão conseguir se sentir felizes e valorizar mais o ser e não só o ter.
Pela garra e força deste povo trabalhador, pelas belezas e riquezas naturais desta cidade, pelo caldeirão cultural que é nossa sociedade e por torcer, infinitamente, para que Parauapebas seja cada dia melhor, é que continuo acreditando que o eterno “começo”, enfim, avance !
Parabenizo a cidade, através de seu povo, pelos seus 26 anos e por ter me acolhido, a mim e minha família, tão bem !
Rubens Moraes Júnior é advogado e membro do Conselho de Cultura de Parauapebas.