Parauapebas se apresenta na Avistar como destino potencial para observação de aves

O município já é referência internacional nessa prática e quer agora atrair a atenção dos brasileiros

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Por Rayssa Pajeú

Este final de semana marca a primeira vez que Parauapebas se apresenta na Avistar Brasil, feira nacional de turismo de observação de aves. O município é destaque com mais de 600 espécies de aves catalogadas, o equivalente a um terço dos pássaros registrados no Brasil.

A meta é potencializar o destino, que já é rota internacional para quem deseja praticar uma boa observação de aves, também conhecida como birdwatching.

O XIV Encontro Brasileiro de Observação de Aves começou nesta sexta-feira (17) e segue até amanhã (19) no Centro de Práticas Esportivas da USP, com uma programação diversificada para os amantes da natureza.

Na tarde da sexta-feira, o condutor de turismo ecológico e de observação de aves na região de Carajás, Filho Manfredini, ministrou uma palestra com o tema “Aves de Carajás”.

“Carajás é importante para o observador por sua localização. Está em uma área de endemias muito grande – apresenta algumas espécies que só existem na região. Para o município é interessante a atividade turística, porque aquece a economia. A participação do município na Avistar fomenta o turismo e busca maior quantidade de visitantes; o que está funcionando, porque muita gente tem procurado o estande para conhecer mais sobre Parauapebas,” frisou.

(Foto: Dacio Souza)

“Não tem almoço grátis”

De acordo com o idealizador do evento, Guto Carvalho, a expectativa é receber de 5 a 7 mil visitantes durante o fim de semana. “É um orgulho para a gente ter este, que é um dos destinos mais importantes de observação de aves no Brasil. Carajás possui uma lista enorme de espécies únicas e de grande beleza cênica, para fotografia,” ressaltou.

Sobre os investimentos na área turística, Guto explica a importância de romper com a barreira do curto prazo: “Não tem almoço grátis. É preciso consolidar a marca e a presença junto aos mercados consumidores e isso acontece ao longo dos anos”. Ele avalia ainda o potencial do município: “Com uma presença tão bonita e um estande tão perfeito, Parauapebas já começa com o pé direito e a gente vê um futuro brilhante, a médio prazo, para essa iniciativa de valorizar o turismo”.

Aproveitar o nicho

A organizadora da Avistar, Suzi Camargo, afirmou que o evento é uma oportunidade de engrandecer o circuito de observação de aves do município. “O turista sustenta a cidade. O munícipe pode gerar renda com atividade artesanal, criar lembrancinha da cidade de Parauapebas; as senhoras rendeiras podem fazer rendas em toalhas e guardanapos com as aves endêmicas. A cidade pode aproveitar esse nicho e gerar renda para a família. Uma possibilidade de tornar o município uma referência nesse campo de observação de aves,” sugeriu.

(Foto: Dacio Souza)

O coordenador de Uso Público do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Carajás, Marcel Regis, comentou que essa atividade já traz uma receita relevante para o município. “Quando o observador de aves vem pra Parauapebas ele se hospeda em um hotel, aluga um carro, abastece, faz suas compras nos supermercados locais, compra algum material como pilha, bateria, lanterna ou roupas, se alimenta e contrata um guia local,” explicou.

“A receita gerada por um observador de aves para a cooperativa é importante para a renda desses condutores. É algo que faz o dinheiro circular na cidade. Parauapebas, por ter uma imensa área verde, uma imensidão de floresta no seu território, faz com que essa atividade tenha um grande potencial de atrativos de pessoas e consequentemente geração de renda,” destacou Marcel.

Ele disse ainda que a prática recebe total incentivo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), principalmente pelo impacto mínimo gerado na fauna e na flora da região. “O observador de aves não tem interesse de caçar, matar a espécie, ou danificar a floresta. É uma atividade sustentável, de público consciente, defensor das causas ambientais e isso é muito positivo, porque exige dos condutores maior especialização, conhecimento e investimento em formação. É uma das atividades que alia geração de renda com proteção ambiental,” pontuou.

Histórico

A titular da Coordenação Especial de Uso Público Semma/ICMBio, Nivia Silva, conta que a observação de aves foi o pontapé para se pensar em utilização pública do Mosaico de Unidades de Conservação de Carajás, há cerca de 30 anos: “Com a criação do programa de Uso Público em 2006, por meio de uma parceria entre o ICMBio e a Prefeitura de Parauapebas, a observação de aves consolidou-se e tornou-se uma atividade em potencial”.

Atualmente, a atividade é realizada por condutores da Cooperativa de Ecoturismo de Carajás (COOPERTURE), com a autorização direta do setor de Uso Público do ICMBio. Os pacotes variados podem contemplar apenas a condução ou incluir traslado, hotel e alimentação. A customização do pacote, bem como local de visitação e quantidade de dias, varia de acordo com a necessidade do cliente.

birdwatching pode ser realizado tanto na zona rural quanto urbana de Parauapebas; no entanto, o Mosaico de Unidades de Conservação de Carajás é o local propício. A maior parte dos clientes que a COOPERTURE atende para a prática vem de fora do país, e um dos objetivos da participação de Parauapebas na feira é atingir também o público nacional. “A Prefeitura de Parauapebas está de parabéns por investir nesse tipo de atividade,” disse o cooperado Gilberto Vieira.

O coordenador do Departamento de Turismo de Parauapebas, Marcos Alexandre, falou sobre a importância de apresentar o município na Avistar Brasil 2019: “Dentro das rotas turísticas do município, existem alguns atrativos específicos como o de observação de aves. Parauapebas é referência internacional nessa prática”. Ele menciona ainda os elogios que o estande do município recebeu no evento. “É mais um nicho de mercado que estaremos explorando, e que com certeza trará bons frutos para a economia local. É com esse objetivo que Parauapebas está aqui,” completou. 

(Foto: Dacio Souza)