A Prefeitura de Parauapebas, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), lançou, nesta segunda-feira (2), a Campanha “Agosto Dourado” sobre a importância da amamentação para saúde e desenvolvimento do bebê. A campanha é nacional e visa estimular as mães a amamentar os filhos até pelo menos os seis primeiros meses de vida da criança.
Em Parauapebas, no decorrer do mês, serão realizadas ações de conscientização. Serão realizadas rodas de conversa com esclarecimentos sobre o tema; e ações junto aos enfermeiros e demais profissionais das unidades básicas de saúde (UBS), com orientações sobre o assunto.
Segundo a Semsa, o município oferece na rede pública de saúde o atendimento especializado para o incentivo ao aleitamento materno, com médico, enfermeiros, fonoaudiólogos e nutricionistas, profissionais que dedicam as mamães todas às orientações inerentes ao ato de amamentar, bem como os seus inúmeros benefícios.
A amamentação é vital para a saúde de uma criança ao longo da vida. O aleitamento materno na primeira hora de nascimento protege os recém-nascidos de infecções e salva vidas. Os bebês correm maior risco de morte por diarreia e outras infecções quando são amamentados parcialmente ou não são amamentados, assim como correm ainda maior risco quando é realizada a amamentação com uso indiscriminado de fórmulas artificiais.
“Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com resultados no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções e em seu desenvolvimento em todas as fases da vida”, orienta a coordenadora da Rede Cegonha, Lorene Silva.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Gilberto Laranjeiras, em casos específicos em que não é possível garantir a amamentação exclusiva, o município oferece de forma gratuita aos bebês de até dois anos de idade, que são alérgicos a proteína do leite de vaca (APLV), acesso às fórmulas alimentares. “Estas fórmulas são distribuídas pela Semsa, após critérios de inclusão e avaliação de profissionais especialistas, pediatra e nutricionista”, explica o secretário.
A Semsa orienta ainda que logo após o parto as mamães devem procurar a unidade básica de saúde, mais próxima de sua residência, para receber todos os atendimentos e encaminhamentos necessários a elas e aos seus bebês. O leite materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde (MS).
O aleitamento materno protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de evitar o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os 2 anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães que tiveram casos confirmados de Covid-19.
Na semana passada, o MS também lançou a campanha “Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira”. O evento ocorre anualmente em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Desde 1981, o MS coordena estratégias para proteger e promover a amamentação no Brasil. O país possui 301 Hospitais Amigos da Criança que promovem 10 passos para o sucesso do aleitamento materno. São repassados, por ano, R$ 18,2 milhões para as unidades.
Além disso, o Brasil possui ainda 222 bancos de leite humano e 219 postos de coleta. Em 2020, cerca de 181 mil mulheres doaram mais de 226 mil litros de leite materno. Neste ano, até junho, foram doados 111,4 mil litros.
No ano passado, o Ministério da Saúde investiu R$ 16,9 milhões, em caráter excepcional, na proteção e apoio ao aleitamento materno e na alimentação complementar adequada para crianças menores de dois anos na Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), da Atenção Primária à Saúde.
Segundo o MS, a estratégia para incentivar a amamentação vem apresentando resultados. Os índices nacionais do aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7% em 2020. Já o aleitamento para crianças menores de quatro anos passou de 4,7% para 60% no mesmo período.
“Passar de um aumento de 4% para 60% é muita coisa. A gente que trabalha com a saúde sabe que um aumento desse tipo em poucos anos é algo que mostra a robustez, a fortaleza das campanhas que vem acontecendo nos últimos anos”, destacou o secretário de Atenção Primária à Saúde do MS, Rafael Câmara Parente.
Agosto Dourado: O Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
Tina DeBord