A Polícia Militar prendeu, por volta das 21h desta segunda-feira (24), na zona rural de Parauapebas, Elias Fernandes Barros, servidor público municipal. Ele é suspeito de ter feito dois disparos de pistola na casa da ex-namorada, por volta das 19h45, atingindo um garoto de 11 anos de idade, que brincava na frente da residência, e ainda o gato de estimação da família. Elias, segundo informações da Polícia Civil, vai responder pelo crime de tentativa de feminicídio.
De acordo com o que foi relatado na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, a Polícia Militar recebeu a informação de que um homem, tentando atingir a namorada, de prenome Regiane, a tiros, acabou baleando, na nádega direita, um irmão dela, de 11 anos de idade, que estava próximo da porta da casa, brincando com um primo.
O suspeito, após os tiros, fugiu num Jipe Renegade, cinza, tentou se esconder na zona rural, mas uma guarnição da PM conseguiu, em perseguição, prendê-lo e o apresentou na Depol, onde ele foi autuado por tentativa de feminicídio, já que o objetivo principal dele era atingir a mulher e não o irmão dela.
O comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Aquino, conta que, por volta de 18h30, a Central de Comunicação do quartel recebeu a denúncia de que uma pessoa havia feito disparos em uma casa em Parauapebas. Imediatamente, o subcomandante, major Teixeira, avisou as equipes das zonas urbana e rural.
Responsável pelo 27º PPD (Posto de Polícia Destacado), o sargento Lobo, ordenou que fosse feita uma barreira na Vila Carimã, onde, no limite com a Vila Valentin Serra, o Jeep Renegade foi interceptado, mas, antes de parar, o condutor jogou a arma fora. Ao receber voz de prisão, Elias não reagiu.
No carro foram encontrados dois cartuchos deflagrados. Em rápida varredura pelo local, a pistola, calibre 9mm, foi encontrada, com 13 balas no carregador e uma na câmara. Indagado pelo sargento Lobo sobre o que havia ocorrido, Elias disse apenas que, após uma discussão com uma amante, ele foi para a zona rural. E negou que tivesse baleado a criança.
Também ouvido pela Reportagem, o atual namorado de Regiane, contou que, na tarde do último domingo (23), por volta das 20h30, ele a aguardava para irem a uma festa de aniversário, quando ouviram estampidos, vindos da rua. Ao verificarem o que estava havendo, se depararam com o carro dele, com a janela do lado do motorista, crivada de balas.
Ou seja, caso ele, que pediu para ter a identidade em sigilo, estivesse aguardado no carro, teria sido assassinado. O homem disse ainda que o casal suspeitou de Elias, procurou a 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil para registrar Boletim de Ocorrência, mas não conseguiu fazê-lo.
Sobre os acontecimentos de ontem, ele contou que, após deixar Regiane na casa dela, às 17h40, se dirigiu a uma clínica de terapia, onde apanhou os filhos e foi para casa, onde passou a se comunicar com a mulher pelo WhatsApp. Porém, por volta das 18h40, ela ligou para ele, desesperada, falando sobre os tiros, que disse terem sido disparados por Elias Barros, ameaçando matar todos os que estivessem na casa.
Indagado sobre o relacionamento com Regiane, o homem disse que, naquele momento, quando estava prestando depoimento ela declarou informações das quais ele não tinha conhecimento. Como, por exemplo, de que ela não trabalha.
“Ela me falava que fazia as coisas dela, que estava resolvendo a vida dela”, contou ele, afirmando que em novembro próximo o relacionamento deles completaria um ano, mas que, segundo parentes da mulher, desde janeiro deste ano, ela também se relacionava com Elias Barros, que praticamente a sustentava.
“Agora, para mim, o mais importante é a saúde do irmão dela”, disse o homem, afirmando que se sente traído e resta seguir a vida sem mais a companhia de Regiane que, para ele estava “jogando sujo, faltando com a verdade”.
(Caetano Silva)