Promover a inserção de pessoas de baixa renda no mercado de trabalho por intermédio da qualificação profissional na área da construção civil. Este é o eixo central do Curso de Planejamento, Controle de Obras e Orçamento, cujas inscrições para preencher 25 vagas de apontadores ou apontadoras de obras estão abertas desde 1º de setembro, quinta-feira, na Usina da Paz Parauapebas (UsiPaz), localizada na Avenida “D”, quadra 101, Bairro Jardim Tropical. Para se inscrever basta ter mais de 18 anos, levar documentos originais e cópias do RG, CPF, comprovante de residência e de vacinação. O curso é uma parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectec) e os gestores da UsiPaz de Parauapebas.
Dados divulgados pela Agência Brasil, em 25 de julho de 2022, revelam que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) aumentou a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados do Estudo de Desempenho Econômico do segmento econômico no segundo trimestre de 2022. As informações indicam que pelo segundo ano consecutivo a construção civil crescerá acima da economia nacional. Entretanto, mesmo considerando a alta de 3,5% do PIB em 2022, o setor ainda registra queda de 23,44% nos últimos oito anos. A expectativa de crescimento das atividades do setor está voltada para obras originárias das famílias, com pequenos investimentos e reformas, entre outras áreas estruturantes da economia nacional, sinaliza o estudo.
Neste contexto, segundo o engenheiro Renato das Neves, pesquisador do Instituto de Tecnologia da UFPA e coordenador da Escola Itinerante da Construção Civil, qualificar o profissional deste segmento econômico, seja ele homem ou mulher, representa desenvolver um olhar de inclusão social destes trabalhadores para os projetos de planejamento, execução, manutenção de obras nos setores de construção civil em edifícios, estradas, portos, aeroportos, cidades, canais de navegação, obras de saneamento e universidades, entre outras estruturas geradoras de emprego e renda.
Para ele, a construção civil, por exemplo, é um dos setores mais solicitados para uso intensivo de mão-de-obra e tem uma força e contribui, de forma imediata, para a retomada da geração de emprego e renda no país. Além disso, promove a circulação de mercadorias, bens e serviços no mercado, que geram a arrecadação de tributos e impulsiona o desenvolvimento local, regional e nacional com mais investimentos em políticas públicas para a sociedade civil, reflete o pesquisador.
Por sua vez, Lilian Wanzeler, integrante da CRF-UFPA, explica que este profissional é responsável, lidera e realiza o apontamento dos trabalhos nos canteiros de obras e no escritório, uma vez que gerencia informações importantes e estratégicas para o alinhamento e controle evolutivo da construção conforme o seu planejamento. Entre várias funções, um apontador fiscaliza o registro de ponto, auxilia o setor administrativo com informações voltadas para a gestão de alimentação, controla a gestão de cargas e descargas em áreas portuárias, monitora o uso do vestuário e o controle do transporte, verifica uso de equipamento de proteção individual (EPI), além de conhecer processos administrativos para levar resoluções ao contexto do canteiro de obras, entre outras responsabilidades, descreve Lilian.
Dentro da grade do Curso do Planejamento, Controle e Apontadoria de Obra serão debatidas, ainda: como ser um apontador de obras, a sua função estratégica no canteiro de trabalho, as principais atribuições, a importância e o preenchimento dos relatórios para o gerenciamento das obras, além de conhecer as diversas ferramentas de controle e as complexidades das atividades produtivas no canteiro. Os participantes conhecerão a importância da segurança e da saúde no mundo do trabalho, assim como os cuidados voltados para a preservação do meio ambiente, de onde são retiradas todas as matérias-primas que viram mercadorias para as obras.
“O apontador deve ter um olhar estratégico e racional para o desenvolvimento da obra, a expansão do mercado e as melhorias da sustentabilidade ambiental no contexto local, regional, estadual, nacional e internacional para a sociedade”, orienta Lilian.
Por Kid Reis (Ascom CRF-UFPA)