Parauapebas tem 120 mil habitantes do sexo feminino, 83 mil eleitoras, 33 mil mulheres com ensino médio completo, 20 mil jovens e adultas ativas no mercado de trabalho e 5 mil empreendedoras individuais. Os dados levantados pelo Blog do Zé Dudu junto a fontes oficiais são expressivos e, de olho nesse filão, a gestão do prefeito Darci Lermen resolveu apostar.
Ele, Darci, escalou a Secretaria Especial de Governo (Segov) para pensar em soluções sustentáveis com vistas a mobilizar as mulheres do município de maneira a despertar o espírito empreendedor delas. E o secretário Keniston Braga aceitou o desafio. Nesta quarta-feira (3), a Segov realiza licitação na modalidade concorrência para construir a sede do projeto Florindo o Mundo, que se tornará, em breve, centro de referência na Amazônia para qualificação de mulheres a partir do modelo projeto-escola.
A construção do prédio, orçada em R$ 5,136 milhões, integra o pacote de ações complementares ao Programa de Saneamento Ambiental de Parauapebas (Prosap) e vai servir de apoio à política municipal voltada à autonomia econômica e ao empreendedorismo feminino, sobretudo de mulheres em situação de vulnerabilidade social — atualmente 52 mil nessa triste condição. Parauapebas é a cidade do sudeste do Pará que lidera estatísticas de violência doméstica: é onde a mulher mais apanha do marido.
O espaço licitado terá pelo menos sete ambientes, como bloco administrativo (com sala de reunião, escritório e brinquedoteca), floricultura (com laboratório), vestiários, almoxarifado, estufas e canteiros, além da área da caixa d’água, totalizando 3.188 metros quadrados de área construída, num terreno total de 34.129 metros quadrados.
Mudança de realidade
De acordo com o secretário especial de Governo, Keniston Braga, o projeto Florindo o Mundo vai criar ambiente e condições favoráveis para exercício do empreendedorismo aliado à inserção das mulheres participantes no mercado de trabalho. A premissa é levar qualificação permanente e incentivar a implantação de pequenos negócios individuais e coletivos no ramo de floricultura, paisagismo e jardinagem, com foco em cultivo, produção e comercialização de flores e plantas ornamentais. Mil mulheres devem ser alcançadas pelas ações do projeto em até quatro anos.
“Na sede do Florindo o Mundo, as mulheres poderão vivenciar experiências por meio de aulas teóricas e práticas. Lá, também, pensamos em abrigar o viveiro municipal e instalar laboratórios experimentais para pesquisas na área de botânica”, revela Braga. Se a ideia der certo, Parauapebas poderá tornar-se um importante celeiro de políticas públicas voltadas à mulher e, também, à tecnologia de microbiomas, aliando o que tem de melhor: a força de vontade de sua gente, seus recursos financeiros e as riquezas da flora que a natureza proporcionou.
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