Nos próximos dois anos, o campus do Instituto Federal do Pará (IFPA) em Parauapebas deve abrir as portas para estudantes universitários de dois cursos de graduação públicos inéditos no município, com oferta de 40 vagas anualmente: Engenharia Mecatrônica e Engenharia Sanitária e Ambiental. O primeiro, aliás, inédito no Sudeste do Pará — nem Marabá, com suas dezenas de graduações em instituições públicas, o oferta.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu e constam de uma Indicação produzida pela vereadora Eliene Soares (MDB) a qual será apresentada na sessão da Câmara de Vereadores nesta terça-feira (6). No texto, a parlamentar pede que a Prefeitura de Parauapebas acompanhe o IFPA na missão de implantar os dois cursos de graduação e dê ao instituto apoio incondicional, especialmente quanto à infraestrutura necessária para ofertá-los.
Eliene destaca o fato de que Parauapebas é quem possui menos assentos de ensino superior entre cidades com mais de 200 mil habitantes, o que está na contramão de toda a riqueza que o município produz. Ela cita dados do Ministério da Educação (MEC) que mostram o quanto a Capital do Minério está atrás de cidades menores no que diz respeito à oferta de cursos públicos. “Aqui temos apenas seis cursos de graduação gratuitos regulares, um do IFPA [Automação Industrial] e cinco da Ufra [Zootecnia, Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia de Produção e Administração]”, lembra.
A parlamentar também compara: “Tucuruí, com a metade do tamanho de Parauapebas, tem 18 cursos públicos, ou seja, o triplo. Redenção, três vezes menor que Parauapebas, tem sete”. E observa que Castanhal tem 21 cursos públicos e Marabá, 49. “Já Canaã dos Carajás, nosso vizinho que nasceu dia desses, cinco vezes menor que Parauapebas, já tem seis cursos superiores: Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Agronomia, Letras e Artes Visuais”, lista.
IFPA confirma novidades
O Blog do Zé Dudu garimpou duas portarias internas, disponíveis na internet, que nomeiam as comissões para elaboração do Projeto Pedagógico do Curso Superior (PPCS) de cada uma das graduações, passo fundamental para fazer o esboço sair do papel para tornar-se realidade em Parauapebas. As portarias são a de número 104 (que trata de Engenharia Sanitária e Ambiental) e a de número 105 (que trata de Engenharia Mecatrônica).
Com o documento em mãos, o Blog procurou o IFPA, que, por meio do assessor de Comunicação do instituto, Anderson de França, confirmou que os cursos estão sendo preparados para selecionar os primeiros acadêmicos em 2023. “Ambos com 40 vagas e seleção pelo Sisu [Sistema de Seleção Unificada]”, destaca o porta-voz, adicionando que há possibilidade de bonificação para egressos do ensino público da Região de Carajás.
França também lembrou que outros dois cursos de graduação — as licenciaturas em Ciências Naturais e Matemática — constam do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do IFPA. O PDI é uma espécie de bússola que orienta as ações do instituto para o período entre 2019 e 2023. Engenharia Sanitária entrou no PDI na “prorrogação” porque não fazia parte do esboço inicial do plano. Hoje, um dos maiores empecilhos para o IFPA trazer cursos novos a Parauapebas é a falta de estrutura física, já que toda a dependência do campus está ocupada com cursos técnicos.
A Comissão de Educação da Câmara e a Secretaria Municipal de Educação (Semed) se sensibilizaram com a situação e querem afinar sintonia com o IFPA para ajudar o órgão federal a resolver suas demandas. “Dispomos de um público potencial de 62.800 cidadãos em nosso município que atualmente têm apenas o ensino médio concluído e anseiam pela oportunidade do diploma de graduação em instituição pública”, finaliza a vereadora Eliene Soares.
Veja a íntegra da Portaria 104/2020, que cria a Comissão de elaboração do Projeto Pedagógico do Curso Superior de Engenharia Ambiental e Sanitária:
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Veja a íntegra da Portaria 105/2020, que cria a Comissão de elaboração do Projeto Pedagógico do Curso Superior de Engenharia Mecatrônica:
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