Correndo para não deixar faltar medicamentos que garantam o tratamento de doenças respiratórias, cardiorrespiratórias, cardiovasculares e hematológicas, o governo de Darci Lermen vai entrar 2022 indo às compras graúdas. A ideia da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) é adquirir, por meio de pregão eletrônico, pelo menos 139 tipos diferentes de medicamentos, com valores unitários que variam de 4 centavos a R$ 9 mil.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que folheou o edital da megacompra estimada em R$ 14,215 milhões e que terá propostas comerciais conferidas na primeira semana de janeiro – precisamente no dia 6. A Semsa diz que a aquisição é necessária para garantir o abastecimento com remédios que atendam de casos simples a complexos.
O Blog analisou que haverá preços cotados, por exemplo, para o atenolol, cujo comprimido de 25 miligramas para tratar pressão alta e arritmias é orçado em 4 centavos; e para o tenecteplase de 50 miligramas injetável, fármaco com preço estimado em R$ 9.077 utilizado para tratar infartos.
A projeção é solicitar 294 fracos do tenecteplase na cota principal, em que empresas diversas poderão disputar o fornecimento, e outros 98 frascos na cota reservada a micro e pequenas empresas. A Secretaria ainda demanda 206 frascos de tenecteplase de 40 miligramas na cota principal e 68 fracos na cota reservada. Cada medicamento desse, com 40 miligramas, tem custo unitário de R$ 5.725. Só com o tenecteplase, a Prefeitura de Parauapebas deve desembolsar R$ 5,126 milhões. É possível encontrar todos os detalhes do que se pretende comprar no mural de licitações do Tribunal de Contas dos Municípios.
Pandemia exige eficiência
Segundo a Semsa, os medicamentos vão atender o Hospital Geral de Parauapebas (HGP), a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), a Policlínica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Centro de Testagem Anônima (CTA), a Farmácia Básica, o serviço de atendimento domiciliar de pacientes e postinhos de saúde.
Na avaliação da pasta, doenças respiratórias (como asma e rinite) e pulmonares representam alguns dos maiores problemas de saúde nos dias atuais, e em Parauapebas não é diferente. No caso de doença cardiovascular, a pandemia de coronavírus é o maior desafio. “As mortes causadas por doenças cardiovasculares, com maior prevalência da doença isquêmica do coração e doenças cerebrovasculares, configuram um cenário dramático e longe do controle minimamente aceitável,” argumenta a Secretaria, em justificativa que acompanha o edital do pregão.
“A falta da medicação ocasiona desnecessário ajuste no regime terapêutico devido à falta de resposta positiva ao tratamento, além de aumentar custos no cuidado à saúde e elevar taxas de hospitalizações, consultas de emergências e tratamento de complicações,” alerta a Semsa, que, diga-se de passagem, tem razão.
Dados levantados pelo Blog junto ao Ministério da Saúde revelam que, de janeiro a outubro, cerca de 8.400 parauapebenses foram internados na rede pública de saúde local, e as doenças dos aparelhos circulatório (376 internações) e respiratório (395) respondem por 9,2% do total das hospitalizações.