A cota da principal receita que irriga as contas de Parauapebas chegou, agora em junho, ao menor valor dos últimos 22 meses: R$ 62,387 milhões. O montante continua robusto — é maior, por exemplo, que a arrecadação do ano inteiro de São Domingos do Araguaia —, mas já teve dias melhores. É a parcela mais baixa desde agosto de 2020, quando os cofres do município receberam R$ 59,311 milhões. A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu.
A extração de minério de ferro em baixa em comparação com outros períodos e a instabilidade no preço da commodity têm desafiado a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e desacelerado o repasse para a prefeitura comandada por Darci Lermen. O minério de ferro, não é demais lembrar, é o principal produto gerador da Cfem, sigla que é mais popular como royalty de mineração.
Nesta quinta-feira (9), o preço do minério “spot” era cotado a 148 dólares por tonelada, mas o produto com entrega futura nos portos asiáticos caiu nas bolsas por conta de preocupações com lucros fracos das siderúrgicas chinesas e novos alertas de Covid-19 na China. Segundo analistas de mercado, o preço do minério aparentemente está com alta limitada e não deve repetir os picos alcançados em 2021, acima de 200 dólares por tonelada.
No acumulado deste ano, assim que receber a cota da Cfem de junho, Parauapebas fechará o primeiro semestre deste ano com nada menos que R$ 419,214 milhões em royalties. É um montante com o qual poderia sustentar pelo ano inteiro municípios como Tucuruí, Abaetetuba, Cametá, Breves e Redenção.
Outros milionários
Além da Prefeitura de Parauapebas, outras oito administrações municipais vão ver os “contracheques” de junho com mais de R$ 1 milhão em royalties. O destaque é Canaã dos Carajás, onde a gestão de Josemira Gadelha vai faturar R$ 53,303 milhões e encerrará a primeira metade deste ano com R$ 319,433 milhões no acumulado.
A Prefeitura de Marabá vai embolsar R$ 7,136 milhões este mês e, com isso, o semestre de Tião Miranda fechará com R$ 50,151 milhões em royalties por produção. Mas o município deve receber outros milhões adicionais por ser diretamente afetado pelas operações de lavra de minério de ferro processadas em Parauapebas, de onde parte a Estrada de Ferro Carajás (EFC), que corta grande extensão do município de Marabá transportando o minério para embarque no complexo portuário do Maranhão.
Curionópolis (R$ 3,72 milhões), Paragominas (R$ 3,578 milhões), Itaituba (R$ 3,287 milhões), Terra Santa (R$ 1,368 milhão), Juruti (R$ 1,183 milhão) e Ipixuna do Pará (R$ 1,016 milhão) também apresentam recolhimento significativo. Oriximiná, que tradicionalmente recolhe Cfem na média de R$ 2 milhões por mês, fecha junho com somente R$ 924,4 mil em royalties.
1 comentário em “Parcela de royalty de Parauapebas é a menor em quase 2 anos”
Queria que me explicassem como, como os royalties diminuem, se a Vale aumentou o número de vagões e os trens não param, seria cômico, se não fosse trágico, mas essa conta não bate!!!