Parentes de jovem assassinada cobram novo julgamento de acusado

Adolescente foi assassinada há três anos. O autor do crime confessou tudo no Tribunal do Júri e, mesmo assim, foi absolvido. Por isso, os familiares nunca se conformaram.

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Na manhã de hoje (27), parentes da adolescente Dara Vitoria Alves da Silva fizeram um pequeno protesto na Rodovia Transamazônica (BR-230), Cidade Nova, nas proximidades do semáforo que fica perto da Câmara Municipal de Marabá (CMM), para lamentar os três anos do assassinato ela e pedir a realização e um novo tribunal do júri, pois o homicida confesso já foi julgado e absolvido.

Albert Pereira Mousinho era vigilante de uma empresa de segurança que prestava serviço em uma agência do Banco do Brasil quando o crime aconteceu. Na época do crime, ele alegou ter agido em legítima defesa e conseguiu convencer o corpo de jurados. Foi condenado apenas por ocultação de cadáver e não ficou preso, porque a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade.

Dalmo Merentino e Milza Alves, que estiveram à frente do protesto, dizem não entender como o acusado confessou o crime e, mesmo assim, conseguiu ser absolvido pelo Tribunal do Júri.

O feminicídio ocorreu em 27 de agosto de 2017 e Mousinho foi julgado em junho de 2019. O coautor do crime, Redimar Sousa Leite, acusado de ter ajudado Albert Mousinho a se livrar do corpo de Dara, respondia apenas pelo crime de ocultação de cadáver e foi absolvido também.

Albert Mousinho foi preso na época porque cometeu outro crime. Ele tentou roubar dinheiro da agência do banco em que trabalhava, justamente pensando em fugir da cidade, pois o cerco contra ele estava se fechando, uma vez que Mousinho foi flagrado por Câmeras de segurança da rua, levando a adolescente na garupa de sua moto na noite do crime.

Ocorre que, quando Mousinho tentou sair do banco com parte do dinheiro que estava no cofre, ele foi flagrado e a situação saiu do controle. Foi montada uma operação de guerra na porta da agência e Mousinho foi preso. Só então, a polícia divulgou que ele já tinha sido submetido a coleta de sêmen e houve a comparação com sêmen encontrado na vítima.

No julgamento, o acusado confessou que encontrou a adolescente em um bar e a levou para casa, onde os dois consumiram maconha e mantiveram relação sexual. Ele alega que, depois do ato, Dara tentou mata-lo com uma faca, de moto que ele a dominou e apertou seu pescoço, vindo a matá-la sufocada, mas sem querer.

Mousinho confessou ter enrolado o corpo da menor de idade em um lençol e de madrugada chamou o amigo, Redimar Sousa Leite, para que os dois levassem o corpo da adolescente no carro de Redimar e a jogaram em um matagal nas margens do Rio Itacaiúnas, no bairro do Amapá, onde tudo aconteceu.

Mesmo diante de todos esses detalhes, relatados friamente, Mousinho e Redimar deixaram o Tribunal do Júri pela porta da frente, algo que os parentes de Dar nunca conseguiram concordar e agora eles clamam por Justiça.