O espaço se tornou referência de conservação e preservação da biodiversidade na região amazônica
O Parque Zoobotânico Vale (PZV) está completando 30 anos. Inaugurado em 5 de março de 1985, o espaço ocupa uma área de 30 hectares na Floresta Amazônica, localizada no coração da Floresta Nacional de Carajás. O local entrou em funcionamento no mesmo ano do inicio de operação da mina da Vale em Carajás e da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que neste ano também completam três décadas de operação.
Dos 30 hectares do parque, cerca de 70% da sua infraestrutura é de floresta nativa, o que leva o visitante a experimentar um passeio com ares, sons, cheiros e vista exclusiva da região amazônica. Por mês, cerca de 10 mil pessoas visitam local. Em 2014 mais de 130 mil passaram por lá. No plantel do PZV constam mais de 270 animais nativos. Entre as espécies existem algumas ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, ararajuba, macaco-aranha-da-testa-branca e macaco cuxiú.
Mantido e administrado pela Vale, o PZV conta com diversos profissionais, entre biólogo, médico veterinário, técnicos em meio ambiente, identificador botânico e tratadores. O parque contribui com a preservação das espécies, servindo como estoque genético e formando profissionais especializados para trabalhar em benefício da preservação da fauna e flora brasileira.
O espaço abriga também um orquidário e um auditório, onde são realizadas ações de educação ambiental. O PZV reserva uma área fechada à visitação pública, onde se faz o acompanhamento de animais que precisam de atendimento veterinário.
Conservação de espécies
O Parque desenvolve um programa voltado à reprodução, em cativeiro, de espécies do bioma amazônico que estão ameaçadas de extinção, a exemplo da ararajuba (Guaruba guarouba).
No processo de reprodução, são formadas as matrizes, ou seja, os casais que irão se reproduzir. As duplas ficam isoladas em um recinto semelhante ao habitat natural, onde é colocado um ninho artificial. A adaptação é lenta, pois não depende da ação humana. Além disso, outros investimentos foram feitos, como a instalação de uma incubadora para facilitar o desenvolvimento de filhotes. Em 2013 a equipe comemorou o nascimento dos primeiros filhotes de ararajuba, em fevereiro desse ano mais dois filhotes nasceram dentro deste programa.
Já os animais que vivem nos recintos também encontram o ambiente adequado para reprodução. Nos 30 anos de história do Parque, nascimentos importantes já foram registrados, como o do filhote de urubu-rei, arara-vermelha, onças pintadas e preta, queixadas, caititus, macacos mão-de-ouro, guariba, prego, sauá, e as antas, que vivem soltas pelo local e também recebem atenção especial dos tratadores.
Pesquisa botânica
Por contar com uma extensa área de floresta nativa, o PZV possibilita um ambiente rico de pesquisa para sua equipe de botânica. Periodicamente, técnicos coletam amostras das espécies nativas da região para desenvolver todo o trabalho de catalogação das informações sobre a flora amazônica.
O levantamento identifica e armazena tanto exemplares de plantas de grande porte quanto as menores, que têm efeitos medicinais; além de ervas daninhas e cipós. “Fazemos parte da Rede Brasileira de Herbários e contribuímos com os estudos nacionais compartilhando os resultados das nossas pesquisas”, explica Lourival Tyski, curador do Herbário de Carajás, localizado no PZV.
A coleta possibilita a descoberta de novas espécies que trazem informações importantes sobre sua ocorrência e comportamento na região. “Graças a esse trabalho e ao apoio de alguns botânicos renomados, nos últimos anos foi possível identificar mais de dez novas ocorrências de plantas para o estado do Pará e uma nova ocorrência para o Brasil”, relata Tyski.
Atualmente o Herbário de Carajás tem cerca de 4.500 amostras que estão em constante processo de atualização de nomenclatura.
Funcionamento
O Parque Zoobotânico Vale é aberto à visitação pública todos os dias, das 9h às 15h30. A entrada é gratuita.