Raro e ameaçado de extinção, o cachorro-vinagre é mais uma espécie que chega ao Parque Zoobotânico Vale (PZV), em Parauapebas, para integrar um programa de reprodução em cativeiro. Dois animais chegaram ao PZV em momentos diferentes e hoje formam um casal. Percebida a interação entre eles a equipe técnica do Parque providenciou a construção de um recinto para aumentar as chances de sucesso do processo de reprodução. Adaptado às suas necessidades o local não é aberto a visitação pública. “O ideal nestes casos é deixar os animais fora do circuito de visitação pública. Apesar de não poder prever quando a reprodução acontecerá, estamos tomando todas as medidas para proporcionar o ambiente ideal para atingir este objetivo”, explica o biólogo do Parque, Leandro Maioli.
Mamífero de médio porte, o cachorro vinagre recebeu o nome popular por conta da sua pelagem marron-avermelhada, já para comunidade científica ele é o Speothos venaticus, um animal carnívoro, da família dos Canídeos. Eles se alimentam basicamente de pequenos roedores, mas quando organizados em grupos se tornam ágeis caçadores de pacas, capivaras, emas e até antas. Seus dedos estão ligados por membranas que os permitem nadar e mergulhar com facilidade, por isso vivem principalmente próximos a cursos d´água. No Brasil são encontrados na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
Ação coletiva
O Programa desenvolvido no Pará soma-se ao de zoológicos do Brasil e exterior que estão unindo esforços para garantir a preservação do cachorro-vinagre. Referência no setor, o Parque Zoobotânico Vale já possibilitou o nascimento de outros animais ameaçados de extinção como: onças-pintadas, urubu-rei e ararajubas. “Não existe nenhum programa como este sendo desenvolvido no Norte do Brasil. Nossas expectativas são as melhores já que o cachorro-vinagre é uma importante espécie do bioma Amazônico”, declara Maioli.
Hoje o PZV mantém um plantel de mais de 260 animais da região amazônica, sendo alguns ameaçados de extinção, como é o caso da onça-pintada, da arara-azul e do macaco-cuxiú.
O parque ocupa uma área de 30 hectares na Floresta Nacional de Carajás e, deste total, aproximadamente 30% foram utilizados para a construção de recintos e áreas administrativas. O restante é floresta nativa. Além da exposição de espécies da fauna e flora amazônicas, o parque desenvolve um importante trabalho de educação ambiental e, como isso, contribui no processo de formação e ampliação de consciência ecológica entre os visitantes.