Por Demerval Moreno
Simão Jatene desandou falar besteira esses dias quando passou a fazer campanha pela “Maturidade no Plebiscito” que vai “ouvir” o povo do Pará em dezembro. Dois parágrafos se destacam numa entrevista concedida pelo Governador. Um, quando ele diz que a votação pode dividir o povo; no outro, fala que o processo pode “ferir” ou deixar “traumas”.
São tão absurdas que beiram à ingenuidade tais afirmações disfarçadas de aconselhamento e preocupação com as consequências da campanha pela redivisão territorial do imenso Estado paraense. Para quem não costuma avaliar o peso ou a profundidade dos discursos até parece que o Governador de fato estaria preocupado e até pudesse fazer alguma coisa caso isso resultasse do pleito em si.
O mundo em crise econômica, que devasta salários, poupanças, rendas familiares, e o Jatene preocupado com traumas que podem ser causados por uma consulta popular. Cidadãos em guerra para derrubar ditadores em seus países – guerras que matam, ferem, mutilam, destroem famílias – e Jatene preocupado com as feridas que um referendo democrático e límpido pode deixar na vida dos eleitores. Alguém precisa dizer em alto e bom tom para esse aprendiz de palestrante de auto-ajuda que o buraco é mais embaixo. Que ninguém tá nem aí para isso; que o que traumatiza e fere são estradas assassinas cheias de buracos e infestadas de assaltantes. Que o que fere e traumatiza são hospitais desaparelhados, com incompetentes a ocupar cargos vitais (e mortais). Precisamos falar na lata para o Governador que o que traumatiza e fere são escolas com ensino de péssima qualidade e com professores mal pagos, sem condições de transmitir conhecimento e sequer cuidar de suas famílias. Apenas para dizer algumas poucas obviedades.
É essa falta do que dizer, liderada pelo Governador, que afirma que se submeterá à decisão popular e que, no entanto propala o contrário, que faz desportistas e artistas como Fafá (DE Belém) e Paulo Henrique Ganso (DE Ananindeua) a fazer couro de cantilenas sem sentido.
Olha, manos, não se preocupem com o futuro dos Estados de Tapajós e Carajás. Com o tempo construiremos uma cultura nova, uma culinária nova, um ritmo novo. Se o carimbó ficará como patrimônio paraense, inventaremos o “Carimbajá”; se o pato no tucupi virará exclusividade dos paraenses faremos o nosso pato no leite de coco babaçu, afinal estamos numa região que cresceu com a força dos músculos de maranhenses que fazem um arroz de cuxá como ninguém e vinagreira só não é mato porque a gente come, mas nasce em qualquer lugar. Por falar nisso, temos ainda muitas castanheiras por aqui, e preservaremos o que for possível. Faz parte da nossa briga. Não perderemos o que nos resta como o Pará quase perde o açaí, a castanha, o cupuaçu.
De modo que criaremos as possibilidades de fazer nossa bandeira e nossa honra; inventaremos um futuro com outros sabores e elegeremos Governadores que pensem no que vão falar antes de se “preocupar” com menos importâncias numa coisa que já sabemos faz tempo: VOTAR! ainda que estejamos aprendendo errando.
O que traumatiza e fere é a fome, não a falta de um pato no tucupi. O que traumatiza e fere é político descerebrado e que pensa e fala baseado na ignorância e no retrocesso. Ah! e o que “divide o povo” é a ausência de humanidade e solidariedade nos que dividem o bolo e as verbas. Já que não sabem nem subtrair, deveriam pelo menos saber usar o verbo.
Cala a boca, Jatene!
17 comentários em “Pato ao leite de coco de babaçu”
Diz o dito popular: “De um cavalo não se espera um beijo!”. Lendo agora estes comentários, vemos o quanto lhes falta seriedade, a começar pelo texto criticado.
Razões a parte, prefiro dizer que nada mudará se não mudarmos a nós mesmos… Aos mutantes que comecem por mudar já, inclusive, as agressões desnecessárias, servindo ao comunicador. Se não se cuidar comete proselitismo, isso é crime.
É comovente o repentino “amor ao Pará” despertando em alguns, desde que começaram os rumores sobre a divisão do Pará. Dois movimentos opostos, em pé-de-guerra alheios ao fato de que o ideal é o mesmo, o rumo das verbas da arrecadação (de quem é o bolso, no caso). Assim, abraçam a causa a tribo dos “55”, formada por baderneiros desinformados, completamente guiados por “mocinhos” com interesses unicamente politiqueiros, e a tribo dos “77”, formada por “sonhadores” tambem desinformados, guiados por “forasteiros bandidos” com os mesmos interesses politiqueiros. O que realmente interessa é que deve ser divulgado, esmiuçado, esclarecido. Quais os reais pros e contras da divisão do Estado e a que fatia da população afetam esse pros e esses contras. Eu luto pelo “SIM” porque sou filho daqui, conheço o descaso de perto e não quero criar meu filho em uma terra sem lei e sem perspectivas de futuro, assim, quem vota “NÃO”, deve no mínimo saber o porque votar “NÃO”, pois o estado dividido não afeta em nada a vida dos moradores da grande Belém. VAMOS COLOCAR TUDO EM PRATOS LIMPOS, pois como minha avó e muitas outras avós dizem por aí… “quem anda pela cabeça dos outros é piolho…”, vamos esquecer a lavagem cerebral que vai começar com essa campanha e pensar no que mudaria pra nossa vida, nosso dia-a-dia, dividir o Estado ou não.
e vc numinimo e um indiota completo, que não sabe nada de politicá,queremos o carajás e pronto..
“Cidadões” foi o cúmulo!
(Só pode mesmo ser defensor, leitor e ouvinte do Demerval)
Proponho a campanha: “CALA A BOCA, DEMERVAL!”
Pelo menos assim, teríamos algo útil à discutir!
(Adorei o cara aí do “CIDADÕES)
Demerval Moreno: PARABENS GOSTEI MUITO DO COMENTARIO, ESSAS PESSOAS QUE SÃO CONTRARIAS NÃO SABEM DAS NOSSAS VERDADEIRAS NESSECIDADE, COMO CIDADOES, PRECISAMOS DO ESTADO DE CARAJÁS…
Se fazem necessárias algumas observações:
Considerando a natureza da personalidade, do caráter político duvidoso de quem assina o texto, da crítica centrada na figura manifestada do governador do ainda estado do Pará, e, ainda, associando a idéia da divisão do estado como “bandeira política escrachada”, digo a seguir:
No que soma ao processo ou mesmo ao debate, o Sr. Demerval Moreno, semana sim, semana também entrar em blogs e pulverizar esse tipo de idéia mal elaborada de “guerra de cecessão com artilharia de coco babaçú”?
A meu ver, como mero espectador do processo e analista de quase tudo o que ocorre por aqui, utilizar expressões que incentivem um pensamento de “guerra” não é o que vai ajudar nesse processo. Isso deve ser uma discusão racional, e não um bate-boca de comadres que gritam por sobre as “cercas” e trocam xingamentos, a concluir com uma frase épica da falta de educação, civismo e bom senso como esse “cala a boca!” grafado pelo infeliz autor do post.
Sr. Demerval Moreno, “comunicador” como se diz ser, deveria entender que “compreensão” não é um pré-requisito para “cooperação” e que não é com esse tipo de expressão de suas idéias que contribui com o processo. Tente, pelo menos, ensinar e conscientizar as pessoas (pelos meios de comunicação à que tem acesso) da importância de seus respectivos votos nessa eleição, ao invés de se dar ao ridículo de escrever notas frias e sem profundidade moral ou mesmo intelectual, às quais eu, na posição do governador Simão Jatene, jamais daria a menor importância, nem ao seu texto, nem à sua pessoa.
Particularmente, minha vontade é a de mandar um “Cala a boca, Demerval!” nas manhãs em que escuto a torrente de asneiras que o Sr. tende à emitir, mas infelizmente, a rádio na qual o Sr, atua, não disponibiliza um serviço que permita essa minha manifestação…
O que é uma pena, eu reitero…
Esse tipo de comentário do Sr.Demerval, é típico de maranhense recalcado e, safado! O teu patrão(Sarney), não vai fazer do Estado do Pará, o que fez com o Maranhão e Amapá, ou seja, terra sem lei! Já basta o nosso minério, que é escoado pra casa dele(Sarney mafioso). O nosso limite com vocês forasteiros(maranhenses, goianos, mineiros e paulistas), já extrapolou!!! Os assassinatos de extrativistas, assaltos, latrocínios, tráfico de drogas, roubos a banco, grilagem de terra, corrupção de toda ordem e crimes por encomenda, no Sul, Sudeste e Oeste do Pará, são patrocinados por gente como vocês; vocês são como gafanhotos que deixam pra trás, um rastro imenso de miséria e sofrimento!!! Nós os verdadeiros filhos da terra(cabanos/papa-chibé), herdamos esse amado e querido chão(Grão-Pará) de nossos antepassados, que lutaram e, morreram, por esse imenso e maravilhoso território, que vocês agora querem dividir, pra tirar proveito de suas riquezas; só quero dizer uma coisa: vocês desconhecem a nossa história, a nossa cultura, o nossos costumes, enfim, vocês não sabem nada sobre nós paraenses; mas nós sabemos o que somos e, o que podemos fazer pra manter o nosso País(Pará) integro!!! Quem viver verá!!! O governador Jatene, já deu uma pista do que pode aconter.
Depois de séculos de escravidão sem vez e sem voz estamos hoje começando a aprender a gritar por justiça de direitos iguais, também somos gente aqui em baixo e jamais ficaremos calados novamente. PARABÉNS DUDU.
Caro Zé,
até mesmo eu, que ainda não tenho uma posição definitiva sobre a necessidade/viabilidade da redivisão do Pará, me vejo no dever e na obrigação de concordar com as palavras do nosso Demerval Moreno: suas palavras dizem muito; e são mais convincentes do que a maioria dos argumentos que já ouvi em defesa da criação dos novos estados.
Parabéns, Demerval, parabéns!
Leo Mendes filho
Concordo com vc Dudu, e acho que o “Senhor Governador” deveria se preocupar mais era em melhorar as estradas, educação e saúde do estado. Já pensou que as crianças morrem por falta de atendimento na capital do estado, no quintal do governo estadual, quanto mais no sul/sudeste e oeste do estado. Isso acontece e eles nem ficam sabendo ou fazem ouvidos mocos para o assunto. Precisamos dar uma resposta positiva com a vitoria no dia 11 – Carajás “SIM”, por que desta forma mostraremos que somos de outros estados, sim, mais que adotamos esta região como nossa terra e que trabalhamos pelo seu desenvolvimento e valorização. E que queremos deixar bem claro a quem diz que não fomos chamados a morrar aqui, que vivemos em uma democracia e somos livres para ir e vir para onde queremos e quando queremos, pois não somos como arvores que nascem, crescem e morrem no mesmo lugar.
Só para acrescentar, não sei se o Jatene sabe, mas o que fere e traumatiza é sabermos que o Pará com tantos recursos naturais, está entre os cinco estados brasileiros com o pior IDH. Isso sim, fere e muito a nossa cidadania.
O jatene está certo, a emoção pode transcender a razão e isso pode ser muito ruim, aliás o governador está certo em assumir pelo menos publicamente, sua posição neutra, até por que ele foi ELEITO por todos os paraenses.
Dudu, vc fala como um simples peixe piloto, nao acrescenta algo de novo e que possa ser aproveirtado para o nascimento de um novo estado.
Bater nas pessoa de Belem tem sido um grande erro. Cada vez mais gera uma grande onda contraria ao repartimento.
Péssimo post. Muita ingratidão de sua parte em desfazer-se da cultura do estado que o recebeu. Não esqueça que você não foi convidado a vir morar aqui, veio porque quis, e foi recebido. “Mano”, quer dizer irmão.
Quanto ao Jatene, não votei nele e não espero nada de seu governo, já que não fez um bom trabalho na primeira oportunidade. Mas acho plausível a preocupação com o comportamento da população em relação ao plebiscito, durante e após a divulgação do resultado, qualquer que seja ele. No seu texto já deu pra perceber certa raiva em relação à cultura paraense.
Qdo tudo já foi escrito só tenho que parabeniza o Dermeval Moreno, pelo seu artigo.