A Polícia Civil do Pará deflagrou, na manhã desta quarta-feira (21), a Operação “Medusa”, visando a identificação e prisão de várias lideranças vinculadas ao crime organizado, que seriam responsáveis pelos crimes de homicídio e tentativas do mesmo delito contra agentes de segurança pública do estado, além de envolvimento em roubos, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Cerca de 150 agentes das forças de segurança fizeram diligências, de forma simultânea, nos estados do Pará, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
No total, 18 mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça, contra 17 pessoas investigadas. Contra uma delas há dois mandados judiciais emitidos por comarcas diferentes.
Durante a manhã, 12 pessoas foram capturadas, sendo quatro lideranças de facções criminosas. Três pessoas foram presas em Belém, uma em Santa Catarina e outras oito mandados foram cumpridos contra membros faccionados que já estavam à disposição da Justiça no Sistema Penitenciário do Pará.
Segundo a Polícia Civil, as diligências continuam sendo feitas para localizar outros alvos foragidos. Em Belém, a concentração aconteceu às 4h30 na Sede da Divisão de Homicídios (DH), no Bairro de São Brás.
Agentes da DH, Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos (DHAP), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e Núcleo de Inteligência Policial (NIP) receberam as primeiras orientações do delegado-geral da Polícia Civil, Walter Resende. O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Ualame Machado, ressaltou que diversas medidas de enfrentamento às ações criminosas cometidas contra agentes de segurança pública são constantemente realizadas, como cursos de comportamento defensivo, alertas de atenção, fortalecimento de ações de prevenção nas ruas e a resposta, quando não é possível evitar o crime, de forma célere e técnica.
“Nós estamos dando uma resposta de que o estado não recuará. O estado jamais estará à mercê do crime, pelo contrário. É o estado que domina o cárcere dentro e fora dele. Qualquer atentado contra qualquer ente público será dado uma resposta de forma muito técnica e dentro da legalidade, com eficiência,” enfatizou Machado.
De acordo com o delegado-geral, Walter Resende, a ação executada pela Polícia do Pará é resultado de um trabalho integrado de todos os órgãos de segurança, sob a coordenação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e com o apoio do Poder Judiciário e Ministério Público.
“A operação foi deflagrada após apuração detalhada e já resultou na prisão de quatro investigados que atuam como conselheiros finais das facções, desarticulando, assim, todo o grupo criminoso. Com essas prisões e todo o resultado das ações que estão sendo feitas, queremos aprofundar as investigações. Portanto, a Polícia Civil, junto com outros órgãos de Segurança Pública do Estado, vai continuar trabalhando, de forma integrada, para capturar outros líderes criminosos que ainda se encontram foragidos”, avisou Resende.
Segundo Jarbas Vasconcelos, secretário de Administração Penitenciária, não há crime sem resposta dentro da legalidade, dos procedimentos e protocolos estabelecidos no estado. “O Sistema Prisional Paraense enfrenta hoje a sua retomada por parte do estado. Os ataques que enfrentamos são a reação do crime organizado, que perdeu o espaço que possuía antes. O que acontece nesse momento é mais uma tentativa destas organizações infratoras mudarem este protocolo e tentarem ter domínio no sistema prisional. Porém, ressaltamos que um dos estados que mais se destaca no combate e na queda continuada de todos os índices de criminalidade é o nosso Pará. Diante disso, vamos continuar trabalhando para combater os atos de associações criminosas,” afirmou.
Durante o cumprimento dos mandados, também foram apreendidas drogas e materiais usados para produção e comercialização de entorpecentes, aparelhos celulares, armas de fogo e munições. Todo o material será periciado e usado nos Inquéritos Policiais.
Tina DeBord – com informações da PC