Inédito: a Prefeitura de Canaã dos Carajás vai, pela primeira vez, receber mais royalties de mineração que a Prefeitura de Parauapebas. O Blog do Zé Dudu foi às contas e calculou, com exclusividade, as cotas a que cada município faz jus e as quais a Agência Nacional de Mineração (ANM) deve divulgar a qualquer momento. Juntas, as prefeituras paraenses vão repartir R$ 109 milhões este mês.
Este Blog, inclusive, havia adiantado em publicação de junho que Canaã receberia mais royalties que Parauapebas, após analisar criteriosamente o resultado da produção física na balança comercial de maio, cujos efeitos contábeis e financeiros, a título de pagamento de compensação financeira, são vistos dois ou três meses após o consolidado da produção física coletada pelo Ministério da Economia.
Este mês, a administração de Jeová Andrade, a mesma que não sabe o que fazer com tanto dinheiro sobrando, vai receber gloriosos R$ 48,242 milhões — cerca de R$ 2,5 milhões a mais que os direitos do governo de Darci Lermen, R$ 45,703 milhões.
A tendência, nos próximos dois anos, será essa: Canaã à frente de Parauapebas. Mas, neste momento, é algo pontual. Em maio, por efeito de chuvas, as minas da Serra Norte de Carajás realmente produziram menos volume de minério de ferro que a mina de S11D, na Serra Sul. Por isso, Parauapebas ficou atrás de Canaã, que também recebe royalties do projeto de cobre Sossego.
Terra prometida para ser capital do minério
A “Terra Prometida” só deve desbancar a “Capital do Minério” e assumir o topo dos royalties de mineração no Brasil, sem concorrente à altura, em 2021, quando a mineradora multinacional Vale atingir a capacidade nominal de 90 milhões de toneladas em S11D e, depois, tocar seu plano de elevar a produção física da mina para 150 milhões de toneladas. Isso feito, a Prefeitura de Canaã se tornará imbatível na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e estará, sem sombra de dúvidas, entre as quatro mais ricas do estado, atropelando Ananindeua e Santarém e até mesmo Parauapebas, nos próximos anos, rivalizando-se com Marabá, cuja prefeitura é a única entre os municípios mineradores do Pará com arrecadação sustentável e independente da indústria extrativa.
Canaã deve encerrar 2019 com arrecadação de aproximadamente R$ 550 milhões, receita apoteótica para um município que, nas estatísticas oficiais, tem menos de 40 mil habitantes — embora a prefeitura local estime 60 mil. Parauapebas, também este ano, experimenta sua maior arrecadação da história, alcançando um pico que, como já previu o Blog, dificilmente se repetirá. De 2020 para frente, a perspectiva é de entre 12 e 16 anos de lavra mineral nos atuais moldes de produção.
Confira com exclusividade quanto os principais municípios mineradores paraenses vão faturar com a Cfem deste mês!
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