Pela primeira vez na história, Marabá entra na lista dos 10 maiores exportadores do Brasil

Em se tratando de resultado comercial, que é a diferença entre valor exportado e importado, Marabá sobe à 5ª colocação nacional, com lucro espetacular de US$ 440 milhões, superando até São Paulo

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“É pra glorificar de pé, igreja!”, diria qualquer crente em ver o lendário e centenário município de Marabá no topo das maiores economias do país. E a glória chegou. Veio em novembro e acaba de ser divulgada pelo Ministério da Economia, por meio de sua Secretaria de Comércio Exterior (Secex): Marabá tomou parte, pela primeira vez na história, na lista dos dez maiores exportadores de commodities do Brasil. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.

O Blog havia antecipado anos atrás a perspectiva de triunfo de Marabá na balança comercial, o que passaria indiscutivelmente pela ampliação da capacidade de produção nas operações de cobre de Salobo, de propriedade da mineradora multinacional Vale. Os indícios da alavancagem de Marabá começaram em 2022 (relembre aqui), mas não com tanto vigor como a partir deste ano (relembre aqui).

Ainda assim, nada se compara com novembro, mês em que Marabá exportou 443,85 milhões de dólares em commodities e ocupou o 7º lugar no Brasil, à frente de potências como o município industrial São Bernardo do Campo-SP (401,62 milhões de dólares) e os portuários Santos-SP (376,83 milhões de dólares), Rio Grande-RS (323,64 milhões de dólares), Ilhabela-SP (318,59 milhões de dólares) e Paranaguá-PR (315,27 milhões de dólares).

Entre os 15 maiores exportadores do Brasil, quatro são representantes paraenses. Além de Marabá, integram a lista Canaã dos Carajás (3º), com 641,65 milhões de dólares exportados, mais uma vez superando Parauapebas (5º), que embarcou 582,36 milhões de dólares. Mais atrás está Barcarena (14º), que enviou ao exterior 306,67 milhões de dólares em produtos da terra.

15 MAIORES EXPORTADORES DO BRASIL EM NOVEMBRO

1º Rio de Janeiro (RJ) — 3,069 bilhões de dólares

2º Duque de Caxias (RJ) — 1,037 bilhão de dólares

3º Canaã dos Carajás (PA) — 641,65 milhões de dólares

4º São Paulo (SP) — 603,70 milhões de dólares

5º Parauapebas (PA) — 582,36 milhões de dólares

6º Itajaí (SC) — 483,41 milhões de dólares

7º Marabá (PA) — 443,85 milhões de dólares

8º São Bernardo do Campo (SP) — 401,62 milhões de dólares

9º São José dos Campos (SP) — 376,83 milhões de dólares

10º Santos (SP) — 340,28 milhões de dólares

11º Rio Grande (RS) — 323,64 milhões de dólares

12º Ilhabela (SP) — 318,59 milhões de dólares

13º Paranaguá (PR) — 315,27 milhões de dólares

14º Barcarena (PA) — 306,67 milhões de dólares

15º Piracicaba (SP) — 268,70 milhões de dólares

Em termos de resultado gerado ao país, pela diferença entre o valor exportado e o importado, Marabá sobe à 5ª colocação nacional, uma performance épica. O lucro (ou superávit comercial) que o município paraense forneceu ao Brasil é maior que o resultado dado, por exemplo, pela cidade de São Paulo, que é a maior do mundo ocidental. Enquanto o superávit de Marabá totalizou 440,36 milhões de dólares em novembro, a cidade de São Paulo registrou rombo na balança da ordem de 164,47 milhões de dólares. Isso, contudo, se deve ao fato de São Paulo ser um tradicional ponto de “desova” de produtos importados e o maior centro distribuidor do país.

Segredos de Marabá

Sim, Marabá vai seguir aumentando os passos nas exportações nos próximos meses e poderá ameaçar Parauapebas no ranking. A principal aposta continua sendo o minério de cobre, do qual Marabá é o maior produtor nacional há pelo menos oito anos consecutivos.

No mês passado, o município realizou a maior exportação de cobre da história, totalizando 415,5 milhões de dólares. Enquanto isso, a produção de cobre na mina de Sossego, em Canaã dos Carajás, rendeu 121,12 milhões de dólares. Fora do eixo Centro-Sul do Brasil, o cobre marabaense foi o 3º produto de maior valor, só atrás do minério de ferro de Parauapebas, com 582,31 milhões de dólares em exportações, e do minério de ferro de Canaã dos Carajás, com 520,44 milhões.

Além do cobre, a cesta de produtos marabaenses contemplou, em novembro, ferro fundido (23,41 milhões de dólares), minério de ferro (3,13 milhões) e carnes (1,8 milhão).

14 comentários em “Pela primeira vez na história, Marabá entra na lista dos 10 maiores exportadores do Brasil

  1. AGUIAR Responder

    Fiquei curioso sobre o local mostrado na imagem. Seria interessante colocar uma legenda mas imagens.

  2. Avilson Cruz brito Responder

    Fala se muito em milhões entrando na receita do município mas pouco investimento obras mal feitas de baixa qualidade bairros sem água encanada ruas de terra com muitos buracos e não pode chuviscos que alaga tudo no canteiro central bem cuidado mas a 300 metros nos bairros o descaso parabéns marabá pela sua riqueza mas nota baixa para seus gestores

  3. José pacifico Responder

    O problema é que o que estão sendo exportados são minérios e esses minérios são finitos. Outro ponto a gente vende os minérios para depois comprar o produto pronto.
    E quando acabar o minério? O que vamos exportar?
    Quanto o superavit do município, será que realmente exportamos muito ou não temos dinheiro pra importar mais

  4. Ana Responder

    Com o elevado volume de receitas provenientes das exportações, seria importante que a cidade priorizasse melhorias significativas na educação, na saúde e na infraestrutura urbana. Investir nesses setores é essencial para garantir uma melhor qualidade de vida para os cidadãos e impulsionar o desenvolvimento sustentável da região.

  5. Jesa Responder

    E para onde estar indo esses lucros, a cidade não tem uma hospital que preste? O hospital Municipal é uma carnificina, pessoas amontoadas morrendona míngua e o materno é um caos, nem sabão para lavar as mãos tem nos banheiros imagine o restante! Verdadeiras caos na saúde público em Marabá!!!!

  6. Pedro Coelho Responder

    Se for pra extrair o minério e o dinheiro da venda ficar só na mão dos grandes empresários e só uma merreca ser aplicada no município é melhor deixar o minério debaixo da terra mesmo.

  7. William Responder

    A arrecadação de Marabá deveria ser bem maior se a cidade tivesse um Porto, infelizmente, por incompetência e má vontade dos políticos da nossa região esse projeto nunca saiu.

    • ELISEU RISCAROLI Responder

      Arrecada tanto….mas não pode chover 5 balde que valha metade……falta equipamentos de saúde…..IDEB uma vergonha.

  8. MESSIAS ASSIS Responder

    Marabá poderia está muito a frente se o TURISMO fosse visto como fonte de emprego e renda para população. O setor de Turismo em Marabá está atrasado uns 20 anos por conta de políticos sem idéias e péssimos gestores. Esperamos que Toni Cunha mude essa realidade e Marabá possa explorar essa atividade econômica lucrativa que é o Turismo.

  9. Luiz William Responder

    Parabéns: estive no Marabá agora mesmo, fico decepcionado com tanta riqueza+ a pobreza é grande + grande mesmo.

    Saúde, não tem mesmo

    Educação, pior possível

    Trasporte, esse não tem nada comparável.

    Lamentável, simplesmente ridículo

  10. Ricardo Gomes. Responder

    Meus parabéns, a minha Cidade Natal, futura Capital do Estado de Carajas. Louvamos a Deus.

    • SINIVALDO KELNIAR MARQUES Responder

      Esqueceram de mencionar que, exportam manganês a preço de banana para os países ricos!

      • Gilmar Responder

        Esse é um velho problema! Cidades que arrecadam tanto e a qualidade de vida dos seus cidadãos sempre a pior possível! De nada adianta!

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