A balança comercial do país nunca antes havia contemplado, no topo, dois municípios paraenses de uma vez, mas setembro foi inesquecível: Parauapebas e Canaã dos Carajás destronaram potências de reconhecimento global, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e mandaram para fora muito mais produtos em commodities que a concorrência. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
Com 988,62 milhões de dólares embarcados em setembro, Parauapebas é o rei das exportações, tendo o seu minério de ferro como carro-chefe. A China, sozinha, comprou 90% do minério parauapebense, algo em torno de 10,5 milhões de toneladas que, em moeda internacional, somaram 891,23 milhões de dólares.
Com a medalha de prata no ranking, Canaã dos Carajás exportou 739,8 milhões de dólares em commodities. Assim como em Parauapebas, Canaã tem como principais clientes os chineses, que absorveram 87% das 7,5 milhões de toneladas de minério de ferro local, o que rendeu 641,67 milhões de dólares em transações comerciais.
Atrás dos dois municípios paraenses aparecem Rio de Janeiro (738,11 milhões de dólares em exportações), Duque de Caxias-RJ (656,47 milhões de dólares) e São Paulo (516,8 milhões de dólares). No acumulado do ano, no entanto, Parauapebas é o 3º que mais exporta, com 5,12 bilhões de dólares, atrás de Duque de Caxias (7,38 bilhões) e Rio de Janeiro (6,37 bilhões). Canaã dos Carajás é o 4º, com 4,52 bilhões de dólares, bem à frente da cidade de São Paulo (3,11 bilhões), que só aparece em 6º lugar.
Na guerra do minério de ferro, Parauapebas soma de janeiro a setembro 72,17 milhões de toneladas lavradas, enquanto Canaã dos Carajás contribui com 59,58 milhões de toneladas.
Outro paraense entre os 20+
Outro que também foi destaque em setembro é Marabá, que ficou na 19ª colocação nacional. O município exportou 150,24 milhões de dólares numa diversidade maior de commodities em relação a seus vizinhos que lideram o ranking. Marabá manda para fora ao menos nove produtos, e em setembro os mais valorizados foram o cobre (107,43 milhões de dólares), o manganês (28,58 milhões de dólares), o ferro fundido (8,9 milhões de dólares) e a carne bovina (4,32 milhões de dólares).
No acumulado do ano, Marabá ultrapassa a cifra de 1,07 bilhão de dólares e, no Pará, fica atrás de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Barcarena, que acumula 1,49 bilhão de dólares em negócios com o estrangeiro.