A cinco meses do fim do prazo para desincompatibilização para quem quer disputar as eleições, pelo menos dez prefeitos de capitais já são cotados para concorrer a governos estaduais, ao Senado e até à Presidência. Embora por vezes neguem, frequentes viagens a outras cidades e regiões deixam claro que muitos miram voos mais altos em 2018.
Caso o número se confirme, será um recorde. Desde a redemocratização, 20 prefeitos de capital deixaram seus cargos para tentarem ser governadores ou senadores; seis deles em 2010, ano em que houve mais renúncias. A história mostra que deixar o cargo traz riscos: desde 1989, destes 20 prefeitos, nove perderam nas urnas.
Três prefeitos de capital hoje são tidos como certos nas disputas a governador: ACM Neto (DEM) na Bahia, Marcus Alexandre (PT) no Acre, e Carlos Amastha (PSB) no Tocantins. Único dos dez potenciais candidatos que cumpre primeiro mandato, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), pode disputar a Presidência ou o governo estadual.
No Nordeste, outros três prefeitos de capital podem entrar na disputa pelo governo: Rui Palmeira (PSDB), de Maceió, Luciano Cartaxo (PSD), de João Pessoa, e Carlos Eduardo (PDT), de Natal.
Na região Norte, a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB), é cotada para o governo de Roraima. Caso decida concorrer, será a segunda vez que ela renuncia à prefeitura para disputar eleições.
No Pará, a falta de um nome para a sucessão de Simão Jatene (PSDB) pode alçar o prefeito de Belém à vaga. Zenaldo Coutinho (PSDB), porém, tem baixa popularidade e enfrenta processo de cassação