O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves iniciou um treinamento para uso de dois programas de computador chamados Imaquest e Identquest, destinados a peritos do Instituto de Criminalística do Pará que fazem perícias de papiloscopia forense (impressão digital). Originados nos Estados Unidos, os programas representam o que há de mais moderno em uso no meio pericial. O Brasil passou a usá-los recentemente, em Minas Gerais e agora no Pará.
Os softwares de tratamento de imagem de impressão digital foram adquiridos com o objetivo de modernizar e auxiliar a polícia e a justiça nas centenas de inquéritos que exigem a atuação do perito criminal nos casos que lidam com a identificação humana por meio das impressões digitais, papilas dérmicas existentes nas pontas dos dedos, nas palmas das mãos e nas solas dos pés, que são únicas em cada indivíduo.
Ministrado pelo engenheiro químico e perito criminal da Policia Civil de Minas Gerais Jorn Seixas Junior e pelo representante da empresa americana no Brasil, Marcos Passagli, o treinamento é dividido em duas fases, teórica e prática, em que serão ministradas técnicas de revelação de fragmentos papiloscópicos, além de uso de luz forense e biossegurança.
Criado pela empresa americana Spex Forensics, especialista em tecnologias para papiloscopia em locais de crime, a nova tecnologia se soma às técnicas já usadas pelos peritos oficiais paraenses que atuam no Centro de Perícias Científicas. Para a perita criminal e gerente do setor de papiloscopia forense do Renato Chaves, Lilian Jane Paredes, o novo programa vai permitir uma análise mais segura e um tempo menor para a produção dos laudos.
“Entre os inúmeros avanços, a nova tecnologia vai nos ajudar a construir um banco de dados próprio, capaz de reduzir o tempo do processo de identificação, inclusive em comparações palmares, que antes não eram feitas pelos peritos criminais do Pará, pois são muito encontradas em cenas de crime”, detalha a perita.
A papiloscopia criminal representa os primeiros exames feitos nos locais de crime, seguida da parte laboratorial, em que são revelados os vestígios papilares latentes em materiais não visíveis a olho nu, objetos diversos ou no corpo de vítimas. O resultado da perícia é concluído com o confronto entre os dados coletados das vítimas e supostos suspeitos, objetivando a identificação da autoria do crime.
Outra aliada da investigação criminal é a papiloscopia civil, que trata dos procedimentos da identificação de pessoas por meio das impressões digitais em papel, como em cédulas de identidade, por exemplo. Hoje, este trabalho é feito pela Diretoria de Identificação (Didem) “Enéas Martins”, pertencente à Polícia Civil do Pará, que atua em parceria com o centro nos processos de identificação de corpos não reclamados que dão entrada semanalmente no Instituto Médico Legal (IML), em Belém.
Fonte: Agência Pará de Notícias