Os quase 177 mil eleitores de Marabá, 5º maior colégio eleitoral do Pará, estão até agora sem entender uma pesquisa divulgada neste sábado (14) em que o candidato a prefeito Toni Cunha (PL) aparece em primeiro lugar nas intenções de voto. Ele — cujo patrimônio declarado à Justiça Eleitoral subiu 1.157% de 2016 para cá, mas não consegue explicar o “milagre da multiplicação” — agora vai ter de explicar à sociedade marabaense outra “graça” alcançada: a de se colocar em 1º lugar numa sondagem para lá de suspeita e olhada com desconfiança pela população.
Acontece que Toni Cunha vinha, sabidamente, em 2º lugar em todas as pesquisas, de todos os institutos sérios e confiáveis que percorreram Marabá até então. Já foram registrados sete levantamentos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições deste ano, e apenas o instituto Ampla Pesquisa de Opinião Pública Ltda afirma que Toni está levemente à frente, ainda que empatado dentro da margem de erro, tanto na entrevista espontânea quanto na estimulada. Coincidência em dose dupla ou esquisitice?
Esse instituto, o Ampla Pesquisa, nasceu no dia 25 de março deste ano, portanto, há cinco meses e 20 dias, e esta é sua primeira pesquisa perante o TSE, registrada sob número PA-06003/2024. Institutos tradicionais, conhecidos e reconhecidos no Pará, como o Doxa e o Acertar, que fizeram duas pesquisas cada em Marabá este ano, apontam resultados diferentes. E muito diferentes mesmo.
Na primeira Doxa, divulgada em 25 de julho, Chamonzinho (MDB) já liderava na estimulada com 46,2% contra 23,2% de Toni Cunha (veja aqui). Na segunda pesquisa Doxa, divulgada quatro dias atrás, Chamonzinho subiu para 53,1% ante 25,2% de Toni Cunha (veja aqui).
Já o Instituto Acertar, que divulgou sua primeira sondagem em 12 de agosto, cravou 51,7% para Chamonzinho contra 27,9% para Toni Cunha (veja aqui). Na segunda rodada do Acertar, que foi divulgada em 5 de setembro, Chamonzinho subiu a 52,1% ao passo que Toni Cunha caiu para 26,2% (veja aqui ).
Doxa e Acertar têm números claros e similares, que mostram uma tendência em comum: a de que o candidato emedebista está muito à frente do representante do PL. Mesmo a sondagem do Instituto Paraná Pesquisas divulgada em 15 de julho, quando as candidaturas ainda não estavam definidas e concretizadas, já mostrava Chamonzinho adiante, com 40,3%, contra 31,2% de Toni Cunha (veja aqui). A única pesquisa que não prosperou foi a do Instituto Data Sensor (ou MCF Chaves), barrada pela justiça por indícios de fraude (veja aqui).
Pesquisa vira piada
A nova pesquisa de um instituto criado “esses dias” virou motivo de piada em Marabá assim que foi divulgada. Nas ruas da segunda maior cidade do sudeste do Pará, o comentário é de que a pesquisa é “furada”, uma verdadeira “marmelada”, segundo cidadãos ouvidos pelo Blog.
Contratada pela TV Livre ao custo de R$ 10 mil e com indicação de ter ouvido 800 eleitores, nem mesmo os fã-boys de Toni Cunha acreditam na hipótese de ele estar ligeiramente à frente de Chamonzinho. “Isso é conversa fiada, moço. O Chamon fez muito aqui em São Félix, principalmente com a distribuição de óculos pelo Instituto Miguel Chamon. Sou PL, sou Bolsonaro, sou Toni Cunha em Marabá, mas dizer que ele está à frente nas pesquisas, isso não está. É lorota”, dispara seu Aderbal Pereira, 74 anos, cético quando informado da pesquisa em que Toni estaria liderando. “Tiraram essa potoca de onde?”, questiona, ironizando a sondagem do instituto Ampla Pesquisa.
4 comentários em “Pesquisa eleitoral com o 2º em 1º causa estranheza e vira piada em Marabá”
Tony Cunha é rejeitado aqui nas periferias de Marabá. Essa pesquisa é falsa.
Quem diabos é Toni Cunha na fila do pão!?! Ah, mais um bolsonarista sem cérebro espalhador de fake news!?!
Aquele cidadão que era um pobre coitado delegado federal, mas que só foi entrar para a política explodiu o patrimônio e ficou milionário….
tudo normal no reino… toni cunha anda desesperado pela cadeira de prefeito desde 2016 tentando sabotar tiao miranda… não ganha mais nem pra síndico do prédio dele em belém!!