A atividade já foi responsável por mais de 2 mil ocorrências de interrupção no fornecimento de energia só neste ano, em todo o Pará
Segundo dados levantados pela Celpa, entre o mês de maio e os primeiros dez dias do mês junho, a brincadeira de pipas já foi responsável por cerca de 635 ocorrências de falta de energia em todo o estado do Pará. Este número representa um aumento de 29% desse tipo de ocorrência em relação ao mesmo período do ano passado. Desde o início deste ano, só na Região Metropolitana de Belém foram mais de 400 casos de interrupção motivados por ‘papagaios’ na fiação elétrica.
Ainda de acordo com a concessionária, em 2016, já foi possível contabilizar mais de duas mil situações de falta de energia ocasionadas por pipas. No ranking elaborado pela empresa que elenca quais as cidades apresentam mais ocorrências de falta de energia, depois da Região Metropolitana de Belém, Santarém aparece com 238 ocorrências. Logo em seguida, vem Parauapebas com 79 casos, seguido de Capanema com 69, Marabá com 40 e Altamira com 23 interrupções motivadas pela brincadeira.
Em 2015, milhares de pessoas em todo o Pará foram prejudicadas pela prática próximo a fiação: foram mais de cinco mil ocorrências, juntando os meses de janeiro, maio, junho e julho, que são caracterizados pelas férias escolares. Os ‘papagaios’ que ficam enroscadas nos cabos também exigem ações de reparos para retirada das pipas da fiação, com custos que poderiam ser investidos em outras ações de melhoria do sistema elétrico.
O gerente da área de Operações da Celpa, Dagoberto Santos, explica que a empresa vem atuando com medidas preventivas, mas que é necessário o apoio da população. “Nós fazemos manutenções com o uso de espaçadores nos cabos da rede, para que eles não se encostem quando as pipas ficam engatadas nos fios. Mas é essencial o apoio da população para garantir que estes números de interrupções não cresçam ainda mais, sobretudo agora nos meses de junho e julho, quando a atividade se intensifica. Por isso nós reforçamos que a brincadeira deve ser praticada bem longe da fiação elétrica”, orienta o gerente.
SEGURANÇA – O risco a vida da população é potencializado caso não sejam tomados os devidos cuidados na hora de soltar os ‘papagaios’ no ar. Para evitar qualquer tipo de acidente, a Celpa orienta que as pessoas empinem as pipas em campos abertos, com boa visibilidade e longe de fiação elétrica. A concessionária destaca ainda que as linhas cerol (mistura de cola com vidro moído, em alguns casos até com pó de ferro), ao entrar em contato com a fiação elétrica, também pode provocar um curto-circuito.
O executivo da área de Segurança da Celpa, Alex Fernandes, orienta sobre os riscos. “Quando as pipas ficarem engatadas na fiação elétrica, jamais deve ser feito qualquer esforço para soltá-las, pois o contato de cabo com o outro pode causar curto-circuito e descargas elétricas, podendo levar o cidadão a morte. Em hipótese alguma deve-se usar barras de ferro, trilhos de cortina, pedaços de madeira e outros materiais que são condutores de eletricidade, para retirar as rabiolas dos fios. Lembrando que acidentes envolvendo a fiação elétrica podem ser fatais”, finaliza o executivo. (Ascom Celpa)