Estratégico para o desenvolvimento do país, o plano do governo para estimular a aviação regional está travado na burocracia. As discussões sobre o tema, concentradas na Casa Civil desde novembro, não avançaram, segundo interlocutores do governo, porque os assessores da presidente Dilma Rousseff não chegaram a um consenso. Falta definir os aeroportos que serão contemplados, quanto a União está disposta a gastar de fato e estabelecer novas medidas de gestão. Segundo a Secretaria de Aviação Civil (SAC), atualmente 130 aeroportos recebem voos regulares no país, sobretudo nos grandes centros, o que permite atender 79% da população – considerando pessoas distantes até 100 km dos aeroportos – e 62% dos municípios. O plano prevê ampliar o serviço a 90% da população, chegando a mais de 200 aeroportos.
O setor já identificou pelo menos 180 aeroportos com demanda reprimida e potencial de crescimento, principalmente em São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Pará. Faltam neles caminhões de bombeiros, profissionais, aparelhos de raio X, detectores de metais, estações de meteorologia, postos de reabastecimento de combustíveis e até cerca para isolar a pista e evitar acidentes com pessoas e animais. O setor estima que serão necessários R$ 2,4 bilhões para preparar esses aeroportos.
Para atender essa demanda, o governo concebeu o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que vai receber os aportes dos aeroportos concedidos à iniciativa privada e aplicar cerca de 25% dos recursos da aviação regional. Mas a criação desse fundo, que receberá R$ 1 bilhão ao ano por 25 anos, está empacada, sem sequer uma minuta de regulamentação. As aéreas elogiam as intenções do governo, mas reclamam que é preciso tirá-las do papel.
– Vontade política não basta. É preciso ter uma ação proativa do governo – disse o diretor de Relações Institucionais da Trip, Victor Celestino.
Segundo ele, a SAC terá de enfrentar as dificuldades históricas para fechar convênios e repassar recursos para prefeituras e estados, hoje responsáveis pelos aeroportos regionais. O antigo Profaa (programa de auxílio ao setor), que passou a fazer parte do Fnac, teve um desempenho pífio por isso e por falta de orçamento.
Para tentar superar entraves, algumas empresas se veem obrigadas a fazer investimentos próprios para atender determinadas localidades. A Trip comprou detectores de metal para voar no interior do Amazonas e capacita funcionários dos terminais. Já a NHT comprou um caminhão de abastecimento para voar para Santo Angelo (RS) e investe numa estação de meteorologia. A NHT está prestes a mudar o perfil da frota (de Let 410, 19 lugares, para EMB, 30 assentos) e deverá ter problemas para pousar em alguns dos 15 aeroportos onde opera, embora diga que poderia dobrar o número de cidades atendidas.
– Não podemos perder de vista que a população, inclusive a classe D, está cada vez mais interessada em voar – disse Décio Marmo de Assis, diretor de marketing da Sete, que atua entre Goiás e Pará.
Fonte: O Globo
1 comentário em “Plano do governo de incentivo à aviação regional não decola. Proposta está parada na Casa Civil desde novembro.”
Esqueceram de mencionar o Amazonas, pois a nossa aviação aqui também é muito carente, pois os nossos poucos aeroportos homologados não tem posto de reabastecimento para aeronaves e muitas pistas de pouso estão se acabando por falta de iniciativa do governo e prefeitura, onde a classe C e D, são um publico que querem voar porém a nossa aviação é muito cara e não recebe os incentivos devidos ou prometidos,pretendo sim muito desenvolver a minha região com alguns voos charter, mais infelizmente ainda tem prefeitos que acham desnecessário esses serviços preferendo mandar seus infernos de lanchas, de barcos ou pela estrada em alguns casos, pois aviação traz progresso para os municípios onde o comerciante passa a vender mais, a rede hoteleira se moderniza e o fluxo turístico começa a crescer, como exemplo disso a cidade de Parintins aqui no meu Amazonas, onde anualmente vem turista do mundo inteiro para prestigiar seu folclore isso sem falar nas outras cidades que tem um belíssimo folclore, porém ficam a merce da falta de turista para prestigiar os seus festivais