A Polícia Militar do Pará vai ministrar, entre setembro e outubro deste ano, o primeiro curso de “intervenções estratégicas em movimentos sociais”. Serão abertas 90 vagas. A justificativa para a criação do curso é habilitar os participantes a se tornar “técnicos no emprego de ações preventivas e repressivas perante a complexidade dos movimentos sociais na atualidade, de modo a buscar uma mudança na postura e forma de analisar cada caso no teatro de operações”.
O Pará foi palco de episódios traumáticos entre a polícia e movimentos sociais. O mais importante ocorreu há 20 anos quando 19 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foram mortos por PMs em Eldorado dos Carajás.
Atualmente existem inúmeros movimentos sociais que lutam pela terra no Pará. O Estado já teve pedidos de intervenção solicitados junto ao STF por descumprir mandados de reintegração de posse em áreas invadidas no Estado.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará pediu na última terça-feira (26) esclarecimentos urgentes do Conselho Estadual de Segurança Pública do Estado sobre os objetivos do “I Curso de Intervenções Estratégicas em Movimentos Sociais”. Segundo a OAB, movimentos sociais procuraram a entidade, pois estão preocupados com o teor do curso que está sendo divulgado nas redes sociais.
De acordo com a Segup, o curso relacionado a movimentos sociais é um dos 186 previstos pela PM para este ano. “Durante as disciplinas, a PM reunirá lideranças de movimentos sociais e representantes da sociedade civil organizada, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, com o objetivo de refletir sobre o controle de possíveis incidentes em conflitos, violações dos direitos constitucionais, perturbações à ordem pública e a atuação das forças de segurança em grandes eventos como partidas de futebol, obstrução de vias e reintegrações de posse”. Com informações do G1-PA