O tópico dos dependentes químicos que moram nas ruas do bairro Marabá Pioneira e que cometem vários delitos está preocupando as autoridades locais. Nesta quinta-feira (14), o comandante do Comando de Policiamento Regional II (CPR II), coronel Ricardo Batista da Silva, e o superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, delegado Vinícius Cardoso, se posicionaram sobre o dilema e apontaram soluções para o problema, que consideram de ordem social, não apenas de segurança pública.
As discussões ocorreram no Plenário da Câmara Municipal de Marabá durante a sessão ordinária realizada nesta quarta (13) para debater a segurança pública na Marabá Pioneira.
O coronel Ricardo Batista da Silva apresentou dados sobre a segurança pública na Velha Marabá, enfatizando a diminuição de crimes como roubo, homicídio e furto. Ele também abordou a questão relacionada aos usuários de drogas que moram nas ruas do bairro, observando que não são atribuições exclusivas da polícia, e que é preciso um trabalho conjunto de assistência social, tratamento de usuários químicos e educação. “Esta condição, que deságua na violência e vira um problema de polícia, é de solução exclusiva da polícia?” indagou o comandante, compartilhando dados sobre o caso.
Já o delegado Vinícius Cardoso explicou que a PC é responsável pela inteligência e investigação, agindo, via de regra, depois que o crime ocorreu. Assim, é dever de seus comandados identificar o delito, verificar o autor e levantar provas para que o crime seja elucidado. Além disso, também é de sua responsabilidade atuar como fiscalização de sucatarias, autopeças e eventos, e como forma preventiva em questões sociais, como a emissão de documento e prevenção às drogas, ministrando palestras educacionais, entre outras ações. “A polícia reprime a criminalidade, mas ela não pode usar dos mesmos meios dos criminosos. Temos de atuar respeitando os direitos humanos, os direitos individuais e coletivos,” ressalvou.
O vereador Coronel Araújo (MDB) salientou que, apesar dos problemas constantes com segurança publica, tem convicção de que o trabalho da polícia está sendo bem feito e que é preciso que vários órgãos se unam para resolver os problemas sociais que geram violência na cidade: “Vimos aqui, que a segurança pública não é um problema exclusivo dos órgãos de segurança. Os viciados precisam muito mais de uma assistência social. Temos de envolver os órgãos que fazem o trabalho social nessa luta. Hoje estou a vontade para elogiar o trabalho das polícias Civil e Militar de Marabá”.
É perceptível o resultado positivo do trabalho realizado pela PM e PC, frisou Márcio do São Félix (PSDB). “As forças de segurança estão aparelhadas e o pessoal motivado a fazer o seu trabalho. Nós materializamos este reconhecimento com as moções de aplausos e homenagens nesta Casa de Leis aos nossos agentes de segurança,” disse. Lembrando a diminuição dos índices criminalidade no Pará, um estado atualmente considerado modelo neste quesito, o vereador elogiou o trabalho do governador Helder Barbalho (MDB) na segurança pública.
O vereador Ilker Moraes (MDB) ecoou esse sentimento, ressaltando o papel do governador na segurança pública: “Quando ele assumiu, o Pará era um dos estados mais violentos, e muito se avançou e melhorou. Esse trabalho conjunto, essa força tarefa tem atuado para diminuir esses índices”.
Para o 1º vice-presidente da Câmara, também é necessário envolver outros órgãos para resolver as questões dos dependentes químicos na Marabá Pioneira. “Precisamos de um trabalho social do município e estado, de uma clínica para tratamento para os dependentes químicos. Há uma proposta escrita nesta Casa, que se chama Cidade Vigiada, para fazer que com que as câmeras particulares estejam cada vez mais à disposição da polícia,” disse.
O vereador Ronaldo da 33 (PDT) corroborou com os demais vereadores, relatando que o trabalho das duas polícias em São Félix e Morada Nova tem dado um excelente resultado: “Estamos vendo a presença da polícia muito forte nas ruas. Comparo a segurança do Pará, atualmente, com a do Goiás, que tem dado bons resultados para a população”.
Vanda Américo (União Brasil) reconheceu que os totens dão uma força e ajudam muito a resolutividade da polícia. Ela enfatizou que há muito tempo a Câmara luta para melhorar o aparelhamento da polícia local: “Hoje vemos equipamentos melhores, com profissionais trabalhando com boas condições, coisa que não se via no passado”.
No entanto, para ela, a Velha Marabá foi abandonada pelo poder público. “Precisamos construir junto com as autoridades para fazer este chamamento à prefeitura, para se tratar da questão dos usuários de drogas na Velha Marabá. Temos que cobrar com firmeza o Executivo municipal nessa ação. Hoje eles tomaram de conta do centro da Marabá Pioneira. Precisamos fazer mais,” concluiu.