Com base nas descrições que foram repassadas por uma das testemunhas, a polícia civil elaborou o retrato falado de um dos assassinos de dois sem terras, ocorrido na última quarta-feira, 13, no Acampamento Boa Esperança, dentro da Fazenda Santa Clara, zona rural de Marabá, há 60 km de Parauapebas.
O duplo homicídio de Eraldo Moreira Luz, conhecido por “Pirata” e Jorge Matias da Silva, de 26 anos, será investigado pela Delegacia de Conflitos Agrários – DECA, porque as vítimas eram integrantes de movimento social e os crimes ocorreram dentro de uma área de disputa pela posse da terra.
A Polícia Civil já interrogou 6 testemunhas no inquérito instaurado para apurar as circunstâncias das mortes e suas autorias. Outras diligências já estão sendo realizadas para oitivas de outras testemunhas e dos proprietários da área.
Execução
Segundo as investigações, dois pistoleiros chegaram pela manhã em uma motocicleta, sentaram próximo ao barraco onde estavam as vítimas e ficaram conversando. Em seguida, foram até o local e deram vários tiros na cabeça de Pirata, que estava deitado numa rede e morreu na hora. Jorge foi atingido com tiros no rosto. Ele ainda foi socorrido com vida, mas chegou morto em Parauapebas.
O crime aconteceu em uma área, ocupada há dois anos por cerca de 500 pessoas, segundo o MST. Eraldo Moreira, o “Pirata”, era o líder do Assentamento Boa esperança e, segundo os próprios acampados, já havia se envolvido em brigas dentro do movimento, por causa da divisão de terras.