A Polícia Civil em Oriximiná, região do Baixo Amazonas, fechou as operações financeiras do “Banco Way Way” e prendeu, em flagrante o “banqueiro” Júlio César Brito Pereira, suspeito de prática de agiotagem, extorsão e sonegação fiscal. O homem cobrava até 50% de juros ao mês dos credores, principalmente dos indígenas.
Os policiais apreenderam no escritório onde funcionava a instituição clandestina a quantia de R$ 161 mil, além de 82 documentos pessoais de identificação de diversos indígenas, 78 cartões do Bolsa Família, 43 cartões de saque da Previdência Social e 45 cartões de saque de diversos bancos. “Todos os documentos e cartões eram de indígenas,” informou a Polícia Civil em nota.
A investigação apontou que Júlio César operava na cidade de Oriximiná havia mais de cinco anos. Ele emprestava dinheiro a juros estratosféricos, de 20, 25, 30 e até 50%. Isso significa que num empréstimo de R$ 100,00, o tomador pagava em 60 dias o valor de R$ 200,00.
Para garantir os recebimentos, ele exigia que os clientes entregassem os cartões com as respectivas senhas e muitas das vezes o próprio documento de identificação pessoal. Foram apreendidos também centenas de comprovantes bancários e cadernos de contabilidade.
A casa do “banqueiro” era conhecida como “Banco Way Way”. Ali, ele financiava motocicletas, embarcações, motores de rabeta, tudo o que os índios precisassem. “Outrossim, concedia empréstimos para aposentados que já haviam comprometido as margens junto às instituições bancários,” descreve a nota da Polícia Civil.Júlio responderá pelos crimes de agiotagem, extorsão e crime contra o sistema financeiro brasileiro. Foram necessárias mais de três horas para contar o dinheiro apreendido e identificar comprovantes, cartões e documentos pessoais. (Antonio Barroso)