Na manhã desta quarta-feira (6), a Polícia Federal deflagrou a Operação “SOS JAMANXIM”, com o objetivo de combater o desmatamento ilegal na Flona do Jamanxim, Unidade de Conservação criada pelo Decreto Presidencial, s/n, no de 13 de fevereiro de 2006. A reserva tem uma área total de mais de 1.300.000 hectares e está localizada no município de Novo Progresso, sudoeste do Pará.
Segundo a PF, a operação, que está em andamento, conta com 60 policiais federais, para dar cumprimento a quatro mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela Justiça Federal, Subseção Judiciária de Itaituba. Houve, ainda, o decreto de sequestro/bloqueios de bens até o valor de mais de R$ 310 milhões, visando à reparação do dano ambiental, conforme valores quantificados em laudos periciais.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, as diligências estão em cumprimento em três estados: Pará, Mato Grosso e Santa Catarina. As investigações conduzidas pela PF, que utiliza dados de imagens de satélite de alta resolução do Programa Brasil Mais Planet, apontam que a organização criminosa já desmatou mais de 30 mil hectares de floresta no Pará, que equivalem a 30 mil campos de futebol.
Os laudos demonstram que cerca de 16 mil hectares desmatados estão localizados dentro da Flona do Jamanxim, acumulando, desde a sua criação, mais de 160 mil hectares de floresta devastada.
De acordo com a PF, a modalidade de desmatamento praticada na área – corte raso – é considerada a mais danosa à natureza, pois realiza a remoção total de qualquer forma de cobertura vegetal, com objetivo de promover plantio de pasto e criação de gado. “O modus operandi dos criminosos é sempre o mesmo: invadem terras públicas da União, fazem o corte seletivo da madeira economicamente viável e depois suprimem toda a vegetação, inclusive, com uso de fogo, para plantio de pasto e criação de gado”, diz a PF.
Os crimes investigados são: associação criminosa, desmatamento em unidades de conservação e/ou terras públicas, usurpação de terras públicas, produção de documentos falsos e uso de documentos falsos, todos os crimes descritos no Código Penal Brasileiro e na Lei Ambiental, com penas previstas superiores a 20 anos de reclusão.
Segundo a PF, o nome da operação faz alusão à área da Unidade de Conservação desmatada.
Tina DeBord- com informações da PF