Brasília – A operação Fantoche, deflagrada pela Polícia Federal, prendeu na última terça-feira (19) o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Há meses estavam em curso investigações de um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S.
A Polícia Federal suspeita que foram desviados valores acima de R$ 400 milhões que beneficiaram uma família proprietária de um grupo de empresas que, desde o ano de 2002, realizava contratos com o ministério e entidades que compõem o Sistema S, dentre as quais a CNI.
Contratos superfaturados ou sequer realizados despertaram a atenção das autoridades, que prosseguem nas investigações. Foram cumpridos 10 mandados de prisão e outros 40 de busca e apreensão. Todos são acusados de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
Robson Braga foi preso em Brasília e chegou à Superintendência da Polícia Federal por volta das 9h30, onde deve prestar depoimento. A ação investiga fraudes em contratos entre as empresas do Sistema S com o Ministério do Turismo. De acordo com a PF, uma empresa mantida pelo mesmo grupo familiar fraudou contratos firmados com as empresas do grupo e o ministério. A maior parte dos contratos irregulares está voltada à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial.
Os recursos eram desviados posteriormente para a empresa de direito privado sem fins lucrativos. Robson assumiu a presidência da CNI em 2010, sendo reeleito em 2014 e 2018. O mandato dele à frente da entidade tem validade até 2022. Ele foi um dos primeiros a ser preso pelas equipes policiais.
Robson também foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Engenheiro mecânico, ele também preside a Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda, sediada em Minas Gerais.