Polícia Federal realiza prisões e apreensões na “Operação Rota do Minério”

Caminhões apreendidos, carregados de manganês, tinham como destino o porto de Barcarena, de onde a mercadoria seria exportada

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A Polícia Federal deflagrou na madrugada desta sexta-feira (7), a Operação Rota do Minério com o objetivo de fiscalizar e desarticular o esquema criminoso de extração ilegal de minério na região de Itupiranga e Marabá. Foram apreendidos oito caminhões de grande porte que transportavam, sem autorização legal, aproximadamente 500 toneladas de minério de manganês acondicionados em 8 veículos que restaram apreendidos.

A referida matéria prima é pertencente a União Federal, constituindo crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpação, tal conduta.

Assim, foi lavrado auto de prisão em flagrante contra sete pessoas que conduziam os veículos, sendo uma delas ainda presa por dirigir alcoolizada, crime previsto no art. 306 da lei 9.503/97, com pena prevista de até três anos de detenção.

Pelo transporte ilegal de manganês, todos os detidos incidiram no crime previsto no Artigo 2º, parágrafo 1º da Lei nº 8.176/91, com pena prevista de até cinco anos de detenção.

A região sudeste do Pará tem um histórico de extração ilegal de minério, sendo o combate a essa prática criminosa recorrente pela Delegacia da Polícia Federal em Marabá. Acredita-se que tais caminhões tinham como destino o porto de Barcarena, onde a mercadoria de lá seria exportada. Participaram da operação cerca de vinte Policiais Federais.

O nome da operação faz referência à rota tradicionalmente utilizada pelos extratores ilegais de manganês.

Atualização

Em coletiva, delegado diz que está fechando o cerco

Em coletiva na manhã desta sexta-feira (7), o chefe da Delegacia de Polícia Federal em Marabá, delegado Marcelo Mascarenhas, que está há dois meses e meio no cargo, disse que o objetivo de operações como a de hoje, que já ocorrem desde 2018, é acabar com a extração ilegal do manganês, “atividade que muitos praticam e acaba causando inúmeros danos ao meio ambiente assim como sonegação de impostos”.

Disse que o manganês é um bem da União e isso justifica a intervenção da Polícia Federal, afirmando que trabalha em várias frentes, não só nas eventuais barreiras, mas também na questão patrimonial das pessoas envolvidas, “com diversos alvos e programações” para fazer outras investidas.

Indagado acerca de uma pessoa que fugiu na hora da operação, o delegado Marcelo Mascarenhas disse que já tem a identificação do fugitivo, assim como de diversos alvos, e conhecimento de toda a cadeia da malha criminosa. “Aos poucos nós vamos fechar o cerco”, avisou.

As investigações que culminaram na ação de hoje, segundo o delegado, começaram pelo Setor de Inteligência da DPF, “com informações compartimentadas, que vêm de diversas fontes” o que levou ao momento exato da ação ocorrida na madrugada.  Sobre como se deu a descoberta de dia, horário e rota das caçambas, o delegado disse que essa é uma informação sigilosa para não atrapalhar as investigações e outras operações.

Os condutores abordados não tinham documentação alguma, disseram apenas que estavam transportando a carga e que esse era o trabalho deles. “Todos ficarão presos, acusados de usurpação de bem público, até segunda ordem da Justiça Federal”, afirmou Mascarenhas.       

Ele ressaltou ainda que o fluxo de minério que sai é imensamente maior que as 500 toneladas apreendidas hoje. “Tudo depende da maneira e do ponto de extração”.

“As mineradoras que estiverem legalizadas, não encontrarão empecilho algum. O problema é quando existe a extração ilegal, despreocupação absoluta com o meio ambiente na área de extração e com a questão tributária, reflexos dessa atividade criminosa”, encerrou.

(Fonte: Polícia Federal)