O sufoco e os transtornos causados aos cerca de 15 mil moradores do complexo Liberdade, em Parauapebas, em razão da interdição de uma das pontes sobre o Igarapé Ilha do Coco, de acesso àquela comunidade, parecem estar mais próximos do fim.
Nesta segunda-feira (26), saiu no Diário Oficial da União o extrato do contrato feito às pressas, sem licitação, para reconstrução da ponte que interliga a Rua Vinícius de Moraes (no Liberdade) à Rua 11 (no União) e que, antes de ter sua estrutura condenada, era a válvula de escape dos moradores no sentido à Cidade Nova. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
A Unidade Executora do Programa de Saneamento Ambiental de Parauapebas (Prosap) fez a contratação emergencial da empresa Técnica Engenharia para a reconstrução total da ponte. O valor estimado pelo serviço é de R$ 2.671.391,89. Como ainda não foram publicados detalhes da dispensa de licitação, não se sabe qual a duração do contrato e tampouco quando a obra será entregue. Sabe-se, porém, que a interdição da ponte tem causado muito transtorno no Liberdade.
A estrutura foi “fechada para balanço” no dia 20 de fevereiro, após fortes chuvas. Tanto a ponte da Vinícius de Moraes quanto a da Santa Catarina acabaram interditadas à época. Ambas foram avaliadas por representantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, com o acompanhamento de engenheiros do Prosap e da inspetoria local do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). A ponte da Santa Catarina foi liberada, mas a da Vinícius de Moraes permanece inutilizável desde então em razão de danos estruturais na cabeceira.
A substituição da ponte da Rua Vinícius de Moraes com a 11 já estava prevista no cronograma de obras do Prosap, mas não seria um serviço para agora. Terá de ser antecipada porque a calha do canal do Igarapé Ilha do Coco está com 30 metros e a ponte é menor. A urgência da nova estrutura veio mergulhada nas cheias dos igarapés e do Rio Parauapebas.
Trânsito pela Cora Coralina
Hoje, a Rua Santa Catarina, que se emenda à Rua 10 por outra ponte, se tornou o principal acesso ao Liberdade, tanto para entrar quanto para sair. Virou via de mão dupla. Também é possível entrar e sair do Liberdade pela Rua Perimetral Norte, sentido ao Rio Verde, mas, por aí, o retorno à Cidade Nova fica três quilômetros maior. Para piorar, o trecho da Perimetral entre as ruas Vinícius de Moraes e Santa Catarina, principal rota de fluxo para sair do Liberdade pela Rua 10, estava tão precário — com asfalto detonado pelo trânsito pesado, muito buraco e lama — que os moradores resolveram impedir o tráfego por lá.
Agora, a Rua Cora Coralina, acima da Perimetral, que era uma via pacata, tornou-se a porta de entrada e saída de 90% dos veículos que circulam no Liberdade. Seu asfalto também está condenado a não aguentar o rojão de ônibus, caminhões, carretas, caminhonetes e demais veículos que trafegam nela por segundo.