População paraense vive, em média, 4 anos a menos que resto dos brasileiros

Na análise da expectativa de vida da população idosa, indicadores do Pará se deterioraram ao longo do tempo, saindo de uma das melhores posições em 1980 para uma das piores em 2019

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A expectativa de vida de um paraense comum chegou a 72,7 anos, a 7ª mais baixa do Brasil entre as 27 Unidades da Federação. Em média, um homem paraense vive 68,9 anos (5ª mais baixa) enquanto uma mulher paraense vive cerca de 77 anos (6ª mais baixa). Em qualquer recorte de análise, vive-se menos tempo no Pará que em relação ao restante do Brasil, onde a suposição do tempo médio de vida é de 76,6 anos, partindo de 67,3 anos no Piauí até 79,9 em Santa Catarina.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que se debruçou sobre as Tábuas Completas de Mortalidade divulgadas nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que trazem dados marcantes, referentes a 2019, sobre as perspectivas demográficas do país. E o Pará, como sempre, assume destaque negativo por estar entre as últimas posições.

A diferença de expectativa de vida entre o estado financeiramente mais rico da Região Norte e o restante do país é de 3,9 anos (a menos para o Pará). Entre os homens, o brasileiro de outros lugares vive, em média, 4,2 anos a mais. Já entre as mulheres a diferença é de 3,1 anos. É como se o estado estivesse atrasado em relação ao restante do país entre 3 e 4 anos. Em Santa Catarina, por exemplo, um homem vive em média 76,7 anos e a mulher, 83,2.

Mas não é só isso: há estagnação acentuada na longevidade dos paraenses, principalmente dos mais velhos, desde a década de 1980. Naquela década, o Pará chegou a ter uma das mais elevadas expectativas de vida para a população idosa, superando, quem diria, Santa Catarina e Espírito Santos, atuais campeões no Brasil. Em 1980, de cada mil paraenses com 60 anos, 375 chegavam aos 80. A média nacional era de 344 a cada mil, portanto, inferior à do estado.

Em 2019, no entanto, de cada mil com 60 anos, 531 chegam aos 80 anos. Até cresceu a expectativa por aqui, mas abaixo do ritmo do restante país, onde 604 com 60 anos hoje em dia vivem até os 80 anos. Empurrado para a lanterna, hoje só Amazonas (530), Roraima (527), Maranhão (515), Piauí (514) e Rondônia (496) conseguem indicadores ainda piores de expectativa de vida em relação ao Pará.

Mortalidade infantil

No Pará, a cada mil nascidos vivos, pelo menos 15,2 indivíduos podem não completar o primeiro ano de vida, uma proporção acima da média nacional (11,9) e quase o dobro do registrado no Espírito Santo (7,8). Em país desenvolvidos, como o Japão e a Finlândia, as taxas de mortalidade são de, respectivamente, 1,8 e 1,7 por mil nascidos vivos, baixíssimas. Segundo o IBGE, a mortalidade das crianças menores de 1 ano é importante indicador da condição de vida socioeconômica de uma região — no caso do Pará, precária.

Atualmente, as maiores taxas de mortalidade são registradas no Amapá (22,6), Rondônia (18,8), Maranhão (18,6), Piauí (17,5), Amazonas e Roraima (ambos 16,7).

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