Brasília – O presidente Jair Bolsonaro (PL) fará até abril do ano que vem, a maior reforma ministerial do seu governo. Onze ministros disputarão cargo eletivo nas eleições de 2022, alguns a pedido do próprio presidente; outros, por escolha própria, porque já eram políticos antes de assumirem um ministério.
Os adversários estão de olho na movimentação. Críticos da estratégia presidencial apontam que vários ministros, se realmente se desincompatibilizarem, tornarão o último ano do governo “fadado” a dificuldades ainda maiores, especialmente nas áreas que têm conexão direta com a pasta econômica, como: Agricultura, Infraestrutura, Desenvolvimento Regional, Trabalho e Emprego, Cidadania e Comunicações.
Economistas e o mercado, preveem grandes dificuldades, especialmente relacionadas ao combate a inflação e ao desmatamento na Amazônia. Somente o Banco Central não será capaz de “domar” a inflação. E a imagem do país em relação ao Meio Ambiente está sob escrutínio internacional, uma vez que as promessas feitas pelo governo na COP-26 estão sendo vistas por analistas como “impossíveis de serem cumpridas”. E, claro, a continuidade da pandemia de Covid-19. Mesmo com 75% da população vacinada, a doença ainda está longe de permitir ao brasileiro ter uma vida normal como era antes do início da pandemia.
Quem for disputar as eleições em 2022 tem que entregar o cargo até o dia 2 de abril do ano que vem, conforme determina as leis eleitorais. Segundo as normas, o prazo se justifica. Para que ministros disputem as eleições do próximo ano, eles deverão se desincompatibilizar em um período de seis meses antes do pleito eleitoral, que tem seu primeiro turno previsto para 2 de outubro.
Confira quem são os 11 ministros que sinalizam a intenção de disputar cargos eletivos em seus estados:
Tereza Cristina (DEM), da Agricultura;
João Roma (Republicanos), da Cidadania;
Fábio Faria (PSD), das Comunicações;
Rogério Marinho (PL), do Desenvolvimento Regional;
Tarcísio de Freitas (sem partido), da Infraestrutura;
Anderson Torres (sem partido), da Justiça e Segurança Pública;
Damares Alves (sem partido), da Mulher, Família e Direitos Humanos;
Marcelo Queiroga (sem partido), da Saúde;
Flávia Arruda (PL), da Secretaria de Governo.
Onyx Lorenzoni (DEM), do Trabalho e Emprego;
Gilson Machado (sem partido), do Turismo.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.