Brasília – A Polícia Federal confirmou que o Exército retirou o apoio, de última hora, a uma operação para reprimir garimpeiros que exploram ilegalmente minérios na Terra Indígena Munduruku, no Pará. A confirmação consta em um ofício encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, ajuizada em 2020 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), para defesa da saúde indígena.
A ação trata de duas situações distintas pertinentes à pandemia: a adoção de medidas de proteção e promoção da saúde dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, bem como de medidas voltadas à saúde dos Povos Indígenas em geral.
Como reação à ação policial que reprimia as atividades ilegais, garimpeiros ameaçaram indígenas e incendiaram duas casas de lideranças opositoras, em 27 de maio. Uma das casas atacadas foi a da liderança indígena e coordenadora da associação Wakoborũn, Maria Leusa Munduruku. Garimpeiros também tentaram invadir a base de operações da PF, mas foram reprimidos pelos federais.
Falta de verbas
A Operação Mundurukânia, contra garimpos ilegais no Pará, não contou com o apoio logístico do Ministério da Defesa por falta de verba. Iniciada no último dia 25, a operação teve como primeiro local de atuação o município de Jacareacanga, interior do estado, após o vazamento de informações para os garimpeiros ilegais da região.
A ação, que contou com agentes do Instituto Nacional do Meio Ambiente (Ibama), Polícia Federal (PF), Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal (PRF), não conseguiu impedir os ataques promovidos pelos invasores à comunidade Fazenda Tapajós.
A PF não divulgou se haverá continuidade da operação para que a data não vaze como aconteceu anteriormente e pretende prender o grupo de garimpeiros de surpresa.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.