O Brasil tem 5.570 municípios, mas só 680 (12% do total) teriam pique suficiente para arrecadar durante o ano inteiro o que a Prefeitura de Parauapebas projeta gastar apenas em uma única licitação. E não é qualquer licitação: é “a” licitação. O Blog do Zé Dudu folheou o pomposo edital que entrará para a história da pujança municipal por oferecer incríveis R$ 146.514.445,68 para concorrência entre empreiteiras com a finalidade de tocar intervenções de saneamento básico em diversos pontos daquela que é, hoje, a cidade (não capital) mais bem-sucedida financeiramente de todo o Norte-Nordeste do Brasil.
O aviso da megalicitação foi anunciado discretamente no Diário Oficial da União (DOU), na sexta-feira (9) da semana passada (veja aqui), mas apenas esta semana é que a cereja do bolo dos detalhes veio à tona no portal da transparência, lançada pelo escritório da Unidade Executora do Programa de Saneamento Ambiental de Parauapebas (Prosap). A conferência das propostas comerciais está marcada para 19 de agosto. A empresa ganhadora terá 30 meses para entregar a obra completa.
A licitação trata nominalmente da execução das obras de macro e microdrenagem, sistema viário, esgotamento sanitário, abastecimento de água, urbanização e iluminação pública da segunda etapa das intervenções na área do projeto do Igarapé do Lajeado, que compreende as chamadas zonas 2 e 3. Ela é complementar ao processo da primeira etapa, a qual, para quem não se recorda, foi orçada inicialmente em R$ 69.837.182,34 e cujas intervenções ficaram de alcançar os bairros Novo Tempo, Tropical 1 e 2, Ipiranga, Ipê e Vale do Sol, estes integrantes à zona 1.
Conforme apurou o Blog do Zé Dudu, no detalhamento das áreas de abrangência das intervenções urbanas proposto pelo setor técnico do Prosap, as zonas 2 e 3 dizem respeito aos bairros Cidade Jardim, Minérios, Polo Moveleiro e Habitar Feliz. Segundo a Prefeitura de Parauapebas, os projetos executivos das obras do Prosap, especificamente da Bacia do Igarapé do Lajeado, foram elaborados pelo Consórcio Basitec-Arkis, que formulou divisão para intervenção urbana em sub-áreas.
Cerca de 3.000 empregos
Durante os dois anos e meio de obras cortando o coração da cidade de Parauapebas, essa etapa do Prosap deverá gerar, entre diretos e indiretos, 3 mil postos de trabalho com carteira assinada. Apenas as oportunidades no setor da construção civil devem passar de mil. Quando começar para valer, Parauapebas deve ostentar números imperiais no Cadastrado Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que atestou em maio o fato de o município ser maior gerador de postos de trabalho na construção no Brasil.
O Blog identificou que serão abertas oportunidades para engenheiro civil, arquiteto, técnico em segurança do trabalho, técnico em meio ambiente, topógrafo, auxiliar de topografia, auxiliar de escritório, encarregado geral, mestre de obras, motorista, vigia e almoxarife. Esses, porém, são apenas alguns dos cargos. Haverá demanda de dezenas de profissionais de outros segmentos e muito trabalho.