Para manter a sua cultura e raízes, uma aldeia indígena brasileira lançou um livro e um vídeo que imortalizam as características únicas do povo e que cria uma gramática da sua língua para evitar a extinção. O projeto partiu do chefe Krohokrenhum, líder dos Parkatejé, uma remota comunidade formada por cerca de 400 pessoas que vivem numa área de 62.000 hectares na Terra Indígena Mãe Maria, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, no sul do Pará..
“Graças a Deus, os jovens já podem aprender as palavras da língua e as canções indígenas”, disse o líder dos Parkatejé, que é chamado carinhosamente de capitão pelo seu povo e, apesar dos seus 80 anos, continua a liderar o grupo de pessoas que sai todos os dias em busca de sustento para a tribo.
Para os “Gavião Parkatejê”, como também são conhecidos, uma das maiores tradições é a corrida de toras: as equipes de revezamento (formada somente por homens), carregam troncos de buriti nos ombros. O mais importante não é quem chega primeiro, o que vale mais é o divertimento. A comemoração é maior quando as equipes chegam juntas ou quase juntas.
Cada indivíduo da tribo recebe dois nomes e um deles não pode ser divulgado. Mostrar ao outro este segredo, significa transferir poder. Quando alguém recebe o nome de um parente que já morreu, carrega a responsabilidade de manter as características do antepassado e quem o escolhe, assume o papel de padrinho com a função de transmitir a cultura. Depois do casamento, por um período determinado, entre genro e sogra, nora e sogro, ficam proibidos de chamar o outro pelo nome.