Jogo difícil, zaga fechada e goleiro benzido. O México de ontem não foi o mesmo de um ano atrás, de quem ganhamos por 2×0 na Copa das Confederações. A nossa seleção também não. Aliás, o Brasil inteiro está diferente. Será?
Naquela época, cerca de 30 mil manifestantes ocuparam as ruas de Fortaleza, em um dos grandes protestos que ocorreram por todo o país. Já na tarde em que Ochoa fechou o gol mexicano, esse número não chegou a 500, mas cerca de 70 mil pessoas garantiram recorde de público na Fifa Fan Fest, na Praia de Iracema. O que terá acontecido? O gigante voltou a dormir? Estamos seguindo o conselho de não fazer feio para os gringos, deixando para lavar a roupa suja quando as visitas forem embora?
Acho que nem uma coisa nem outra. Aqueles acontecimentos de 2013 marcaram um momento único na nossa história e nos deixaram várias lições (boas e ruins). Sua influência e desdobramentos ainda podem ser sentidos, inclusive nos movimentos anti-copa, que têm se manifestado de diversas formas no mundo real e virtual. Parece até que se instalou um certo desconforto em entrar de cabeça na torcida verde-amarela, como fizemos em inúmeras outras vezes. Como se isso fosse politicamente incorreto ou como se torcer pela nossa seleção fosse marcar um gol contra a Educação e a Saúde do país. Até eu me senti um pouco assim.
Até a bola rolar! Aí eu lembrei de como torci, vibrei, gritei e vesti a amarelinha em todas as Copas que assisti, em jogos oficiais e em amistosos; lembrei de como me emociono quando toca o hino nacional, em qualquer lugar que seja; lembrei que também torço pelo vôlei, basquete, handebol, judô, jiu-jitsu, karatê, tênis de mesa, atletismo e até pelo curling (aquele das panelinhas no gelo) quando é a nossa seleção que está competindo; lembrei que torço (e jogo!) por um serviço público com mais qualidade, eficiência e transparência; e que, acima de tudo, torço por um Brasil inteiro, que pode ser campeão dentro e fora dos gramados.
Sou brasileiro em tempo integral. Quero um país melhor, mas também quero ser hexa, por que não? Espero, sinceramente, que a democracia se aprofunde e que as manifestações pacíficas e legítimas ocorram em maior quantidade e qualidade. Mas também desejo que as mudanças que o Brasil precisa sejam realizadas cotidianamente, com a participação e os esforços individuais de cada cidadão brasileiro. Não precisamos esperar para exercer nossa cidadania a cada quatro anos. O jogo é duro e o tempo é curto. Pra frente, Brasil!
* – Diego Pajeú é jornalista graduado e possui formação superior em Gestão Empresarial. É graduando em História e pós-graduando em Gestão da Comunicação e Marketing Institucionais. Facebook: diegopajeuoficial / e-mail: diegopajeu@yahoo.com.br
7 comentários em “Pra frente, Brasil!”
Se passar por Camarões creio que a despedida será conta Holanda ou Chile, aí sim vão cair do cavalo e o numero de críticos vai aumentar. Eu não espero nada da seleção. O dinheiro investido em toda essa estrutura para a Copa jamais (nunca mesmo) seria aplicado em outro local (tendo copa ou nao), desafiar o Lulinha e sua turma deu nisso.
Boa sorte a canarinho e mais sorte a uma parte do povo brasileiro (classe média) porque eu não vi pobre e rico protestando, quem leva o Brasil nas costa é a Classe média, mas não aprende, e vota errado de 4 em 4 anos junto com os outros.
Já dizia Nelsom Rodrigues !
Todo intelectual objetivo e esclarecido que se mete a esclarecer e opinar de forma Lígia e objetiva é burro !
Entendi. Eu diria que a “unanimidade é burra”, por isso temos o direito de opinar, inclusive os que não acham intelectuais…
A evolução e avanço são fenômenos da natureza de qualquer sistema onde interagem pessoas , procedimentos e situações por isso futebol , samba , carnaval e governo serão palco de discurso apaixonantes e intectuais que julgam entender os fatoras e comportamento humanos um pouco mais que um cidadão comun !
O meu pitaco é no sentido da reflexão.
A presidente Dilma optou pelo “padrão FIFA” de qualidade! Podemos compreender assim: o poder não tem escrúpulos… Faz de nós o que quer… E a gente vibra! Tira de nós o direito natural de ser feliz – o futebol é uma arte de rua, reinventado pelo “padrão Fifa” como uma felicidade fictícia de imagens, cores, discurso – a ideologia que tanto Marx nos chamou atenção.
“E agora José!” Diria o poeta. Vamos pra rua, “vestir uma camisa ‘amarela’ e sair por aí” porre de “insanidade”, defender a “pátria amada” de chuteira e coração explodindo de alegria…
É dessa forma que somos consumidos, como consumidores inveterados daquilo que é nosso, mas culturalmente fabricado pelo capital “astuto ardil” que se vai ostentar em outras plagas…
Queremos o hexa!
Lá vamos, nós, embebecidos do “padrão FIFA”, batemos no peito de brasileiro que “não foge à luta” e jamais desiste: “Viva o Brasil!”…
Dias depois vamos nos dar conta que foram “assassinados” milhares de pessoas por “falta de saúde” nos hospitais moribundos, (in)segurança pública, péssimo transporte urbano, inflação que corrói lentamente o poder aquisitivo, inclusive aqueles trinta milhões que “saíram da pobreza…” e pela “educação que deseduca” o cidadão para não ver o verdadeiro Brasil, dos juros escorchantes, dos salários dos aposentados indignos, dos maiores impostos do mundo que nos indigna…
Com o sentimento e o “olhar” do melhor futebol do mundo, “não vemos, nem ouvimos, nem falamos”, nem queremos ouvir falar sobre o lucro que a FIFA leva desta copa realizada na “Pátria amada e idolatrada” do futebol.
Vamos lá Brasil zil zil zil zil…zil.
Diego.beleza?
realmente essa copa tá diferente,eu sou um dos que vestem a camisa dos críticos,já vestir em outras copas a verde e amarela,confesso que nessa estou mais pra camisa preta(luto).é triste ver a massa manipulada,atendendo interesses puramente comerciais,é impossível não notar a manipulação global das emoções da galera,as edições das imagens televisivas são obras de mestres,é preciso está atento para perceber o que elas querem dizer.
não acho que é deixar de ser brasileiro torcer para o fiasco eminente da Seleção,isso é está vigilante e não entrar na “pilha”dos verdadeiros interessados no triunfo canarinho…
no negócio copa do mundo,quem menos ganha é o povão,até mesmo a formação do time atende interesses comerciais de patrocinadores,para citar um exemplo,o Neymar hoje não é um jogador,é um produto,espécie de uma farsa,montada para gerar lucro aos seus investidores,tudo que ele faz é maximizado pela mídia,a fim de levar o povão a um catarse coletiva para consumir mais e mais tudo que ele anuncia.
tá tudo arrumado,se o Brasil ganhar a copa,o Neymar ganhou sozinho,se perder,não tinha como,ele não joga sozinho.não duvide, esse é o roteiro à ser seguido.
deixar de torcer para a seleção,não tem nada a ver com falta de patriotismo,isso é outra coisa,talvez se dessemos o real valor ao esporte,o Brasil fosse uma nação de verdade,falta-nos cultura desportiva,onde competir,nos ensina a ganhar e a perder,essa é graça da vida.
não acho que deixei de ser brasileiro…tenho certeza que amadureci.
um abraço Diego
Hoje poucas pessoas são esclacidas quanto à verdade, o que aceitamos é pão e festa e pronto.
Eu gostaria que todos nós fossemos torcedores pra um país melhor, nós vivemos no pior Estado (Pará) e ainda vamos eleger canalhas, digo: meu voto como é secreto vou protestar secretamente.