Praias reservadas têm pedrais, energia e até internet entre Marabá e Bom Jesus

Um conjunto de sete praias quase paradisíacas recebem centenas de famílias a cada final de semana

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Milhares de moradores de municípios do sudeste do Pará que não têm um balneário atrativo em suas cidades acabam viajando para Marabá, para tomar um banho e comer um peixe na famosa Praia do Tucunaré, que está sempre lotada e a água suja aos finais de semana pela grande quantidade de pessoas.

Mas, o que pouca gente sabe é que há outras praias um pouco mais afastadas que compensam para os turistas que gostam de sossego e um local delicioso para tomar banho com a família. Para quem aprecia descansar e, ao mesmo tempo ficar antenado nas redes sociais, esse conjunto de praias é um convite tentador.

Elas ficam localizadas numa longa faixa de areia de cerca de 10 km à margem direita do Rio Tocantins, numa região conhecida como Bacabalzinho. O acesso se dá pelo Bairro São Félix III, numa estrada de terra que margeia a Ferrovia Carajás por cerca de sete quilômetros.

A ordem das praias é a seguinte: Nossa Senhora dos Anjos, Do Amor, Lençol, Bacabalzinho, Pedral e Cari. Todas elas têm pedrais entre a areia e as águas parecem diáfanas durante todo o dia. À noite, muitos visitantes são atraídos pela pesca de peixe entre os pedrais.

CRISE DE LOCALIZAÇÃO

Para muitas pessoas, as sete praias estão localizadas no município de Marabá, mas a verdade é que figuram no mapa de Bom Jesus do Tocantins. Todavia, o único acesso rodoviário se dá pelo primeiro município. Nos últimos dois anos, a Prefeitura de Bom Jesus resolveu deixar tudo às claras. Colocou placas indicativas aos turistas nominando os balneários e fez questão de avisar – a partir da Ponte sobre o Rio Flexeira – a divisa entre os dois municípios.

PEDÁGIO NA PORTEIRA

Para ter acesso a todas as sete praias é preciso passar por dentro de fazendas e os proprietários cobram pedágio em forma de estacionamento. Algumas delas têm até mesmo barracas de palha com direito a energia elétrica e, caso o visitante queira usar, paga uma taxa por fim de semana: entre R$ 100,00 até R$ 700,00, dependendo do tamanho e da estrutura interna. “Aqui é um paraíso, uma tranquilidade. A gente paga e fica feliz. O dono ainda vende galinha caipira e a festa do final de semana fica completa”, comemora o comerciante Cláudio Gomes Lisart, de Marabá.

JERICOACOARA? SÉRIO?

Gerente de uma concessionária de veículos em Marabá, Eugênio Alegretti foi à Praia do Sossego no último final de semana e, de lá, postou foto numa rede social insinuando que estava em Jericoacoara, no Ceará, e muita gente caiu na “pegadinha” ao ver o cenário belíssimo. Mas o autor tratou logo de esclarecer que estava na Praia do Sossego, ainda pouco conhecida na região.

Embora fiquem entre 30 a 40 quilômetros de Marabá, as praias da região do Bacabalzinho recebem sinal de celular para ligações e – pasmem – pegam até internet (3G, é verdade), mas dá para se comunicar por meio de mensagens e até postar fotos em redes sociais.

Por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Prefeitura de Bom Jesus faz também um trabalho de orientação das famílias que exploram a praia, para que tratem bem os turistas e promovam conscientização sobre a importância de manterem aqueles espaços o mais preservados possíveis. “A gente tem mata ciliar ao longo de todas as praias e as pessoas precisam entender que não se deve desmatar e nem colocar fogo”, replica Isaías Guilherme Passos, filho de um dos fazendeiros da região do Bacabalzinho.

Ulisses Pompeu – de Marabá

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