Prática do xadrez nas escolas ainda não encontra apoio em Marabá

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

Reconhecido como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional, o xadrez traz vários benefícios para a mente de quem o pratica, sobretudo na juventude e, melhor ainda, quando aprendido e praticado nas salas de aula. Em Marabá, entretanto, um dos maiores incentivadores desse esporte vive uma luta constante para promover o xadrez e leva-lo às escolas. Francisco Arnilson de Assis, presidente do Clube de Xadrez de Marabá (CXM), queixa-se de falta de apoio para concretizar seu projeto.

Arnilson de Assis
Arnilson de Assis

Mesmo sem recursos financeiros, o CXM conseguiu realizar este ano 27 competições, reunindo um público de 161 enxadristas, entre eles 23 universitários, 76 estudantes e 62 outros praticantes. Desses certames, 10 foram dirigidos exclusivamente ao público infantil, com jovens do município e alunos de escolas que procuraram o apoio do clube.

“A gente conta com a boa vontade das escolas, dos praticantes e dos estudantes, mas, apoio do poder público, não. Já conversamos com a Secretaria de Educação do Município e também com a Secretaria de Esportes, mas não vimos ainda uma luz no fim do túnel”, lamenta Arnilson. Segundo ele ainda não deu para perceber boa vontade nem interesse em apoiar ao esporte nem o levar para as salas de aula. “Pode ser que surja no ano que vem”, espera.

Benefícios

Segundo Francisco Arnilson, Marabá conta hoje com 500 praticantes do xadrez, cujos benefícios são: disciplina, organização, planejamento, avaliação de risco, tomada de decisão, memorização, raciocínio lógico, atenção e capacidade de cálculo.

“Os benefícios do xadrez são para a vida toda. A vida escolar, profissional e esportiva. Mas, não basta aprender a jogar xadrez, tem de seguir praticando. A partir de um ano de prática, esses benefícios certamente virão”, avisa o presidente do CXM.

É possível, inclusive, segundo Arnilson, por meio do xadrez, resgatar jovens cuja tendência era entrar nos tortuosos caminhos do crime. “Conheço muitos casos de pessoas que foram resgatadas após aprenderem e começarem a praticar esse esporte”, afirma ele.

Arnilson diz que o xadrez já está presente nas salas de aulas de muitas cidades de Minas Gerais, Santa Catarina, Tocantins, Goiás e outras País afora. “Não é uma coisa massificada ou sistematizada, mas surge como atividade extracurricular e está entrando muito forte em cidades cujas escolas têm jornada de integral e esse não é o caso de Marabá”, observa.

Única

Na cidade, segundo Arnilson, apenas uma escola municipal, a São Francisco, no Km 2 da Cidade Nova, considerada por ele “modelo na prática do esporte”, ministra aulas de xadrez para os alunos e conseguiu que eles se interessassem tanto, a ponto de minimizar bastante a baderna que se formava no intervalo do recreio.

“Nessa hora, ao sair para a merenda, os alunos faziam muita algazarra, caíam, se sujavam ou eram atropelados por outros maiores. Então, a direção, preocupada, pensou em uma atividade esportiva que pudesse ajudar a amenizar esse quadro. E os próprios alunos escolheram o xadrez”, conta Arnilson.

Capital do Xadrez

Ele destaca que, diferentemente de Marabá, em Parauapebas o xadrez tem encontrado muita aceitação, tanto nas escolas da rede privada quanto nas da rede pública. Tanto assim que a cidade é considerada a “Capital do Xadrez no Pará”, sendo referência para todo o Estado.

 “O melhor local para se aprender e praticar o xadrez é na escola. O Brasil tem mais de 150 mil escolas, Marabá tem muito mais de100. Então, nós poderíamos também ser referência, mas não temos apoio público nem privado”, lamenta Arnilson, afirmando que em Canaã dos Carajás o esporte encontrou apoio em um bibliotecário, que trouxe para uma das competições promovidas pelo CXM alunos da Escola “João Nelson”, “com carro e combustível bancados pela prefeitura”.

Quem quiser se engajar na luta travada por Arnilson, em favor da disseminação da prática do xadrez, pode contatar com ele pelo celular (94) 98166-1616 ou pelo e-mail arnilson@uol.com.br.