As polícias Civil e Militar de Tucuruí estão investigando quem são os autores do ataque ao prédio da Câmara Municipal ocorrido nesta madrugada, por volta das 4h30. Oito tiros foram disparados contra as janelas do plenário onde acontecerá a votação que decidirá, hoje, às 10h, se a CPI que poderá cassar o prefeito Artur de Jesus Brito (PV), que está afastado do cargo por determinação da justiça, será criada ou não.
O presidente interino da Câmara Municipal, Rony Santos (PSC) disse ao Blog que está claro que é uma tentativa de intimidar os vereadores e adiar a sessão extraordinária. O presidente informou que todas as medidas de segurança já foram tomadas para garantir a segurança dos parlamentares e da população, que se aglomera em frente ao prédio do legislativo desde as 6h30 desta sexta-feira (24).
Santos disse que apenas o vigia estava no local, mas não chegou a ver o incidente, que aconteceu no local oposto de onde ele estava no momento. “Estamos temerosos em tudo o que está acontecendo e ficamos preocupados com a integridade física de todos. A situação está complicada, mas confiamos que as autoridades policiais farão a segurança dentro e fora do prédio”, observou o legislador, que foi enfático em afirmar que, apesar das ameaças, a sessão extraordinária vai acontecer às 10h. Ele explicou que os vereadores não vão cassar o prefeito hoje, desmentindo informações que estão sendo divulgadas na cidade, principalmente em aplicativos de mensagens.
Rony Santos explicou que hoje (24) acontece a votação para a abertura ou não do processo que poderá cassar o mandato do prefeito afastado. “A matéria será votada conforme o Regimento Interno e os suplentes já estão confirmados e inteirados sobre as denúncias. São cinco dias úteis para formação da Comissão, mais cinco dias para a análises e investigações. Daí, segue mais 10 dias para a defesa ampla do prefeito. Todo o processo pode durar até 90 dias, conforme o Regimento Interno. Portanto, seguindo a Lei, não vamos cassar o prefeito hoje, mas sim discutir se o processo que pode culminar na cassação dele será aberto” , explica.
O pedido foi feito pelo vereador Weber Galvão (PMDB), irmão do ex-prefeito assassinado Jones William. O documento expõe indícios da existência de interesse de Artur na morte de seu antecessor, assassinado em julho deste ano enquanto vistoriava uma obra na estrada de acesso ao aeroporto.
A mãe do prefeito, Josineide Brito, está presa preventivamente por suspeita de envolvimento no assassinato do prefeito anterior. Mais três pessoas foram presas durante a operação que investiga a morte de Jones William.
Rony Santos (PSC), presidente interino da Câmara, disse que a população quer uma resposta da Casa de Leis, mas lembrou que é preciso cumprir o Regimento Interno, e por isso a decisão foi adiada para a esta sexta-feira. Ele explicou que foram convocados os suplentes dos vereadores Weber Galvão, o denunciante, e Lucas Brito, irmão do prefeito afastado Artur Brito e também citado na denúncia, já que os envolvidos não poderão votar.