Prefeitura de Parauapebas e sindicatos em rota de colisão

Aurélio Goiano é acusado de encerrar negociações de forma unilateral, sem atender funcionalismo, que nesta sexta-feira (21) vai pedir reabertura da mesa.

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Os três sindicatos dos servidores públicos de Parauapebas – SindSaúde, Sintepp e Sinseppar – irão protocolar ofício no gabinete do prefeito Aurélio Goiano nesta sexta-feira (21), solicitando, em caráter de urgência, a reabertura da mesa de negociação com a categoria, em plena campanha salarial desde 6 de fevereiro deste ano, quando se reuniram pela primeira vez com o governo municipal.

As negociações pareciam caminhar normalmente, mas segundo os sindicatos o prefeito encerrou a mesa de negociação de forma unilateral “sem apresentar qualquer esclarecimento consistente para manutenção de sua proposta” de reajuste salarial de apenas 5% para os servidores municipais, índice rejeitado pelos servidores da Saúde, Educação e demais categorias em suas respectivas assembleias gerais.

A reivindicação inicial era de reajuste salarial de 10%, sendo 5,17% de ganho real e 4,83% de reposição da inflação medida pelo IPCA. Não houve acordo neste quesito. Em assembleias, os servidores aprovaram uma contraproposta de reajuste salarial de 7,5%, mesmo índice concedido ao salário mínimo deste ano.

Conforme o coordenador do SindSaúde em Parauapebas, Marden Lima, esse percentual evita “a perda do poder de compra dos servidores e o achatamento salarial em relação ao salário mínimo”. Por outro lado, os servidores aceitaram a proposta da prefeitura de reajustar em R$ 200 o auxílio-alimentação, que assim sobe de R$ 1,3 mil para R$ 1,5 mil.

Diante do consenso, Aurélio Goiano precisaria mandar projeto de lei à Câmara Municipal com as alterações no valor do benefício, mas a matéria ainda não chegou na Casa, segundo os sindicatos, que no ofício pedem explicações ao prefeito sobre a falta do procedimento para cumprimento do acordo com os servidores.

“No dia 21/03, os três sindicatos protocolarão ofício no Gabinete do Prefeito, solicitando reabertura de Mesa em caráter de urgência para o prefeito esclarecer, pessoalmente, o motivo das inconsistências dos números apresentados e ainda explicar o não envio para Câmara Municipal de Parauapebas do PL do reajuste do auxílio-alimentação para R$ 1,5 mil já aprovado pelas três categorias de servidores”, diz manifesto do Sintepp em suas redes sociais.

As “inconsistências dos números” a que se referem os sindicatos têm a ver com o que consideram contradição da prefeitura alegar falta de recursos para o reajuste salarial reivindicado, mas não para pagar os salários dos 580 cargos comissionados criados pelo Governo Aurélio Goiano, por meio da Lei Municipal 5.552/25, alvo de ação civil pública impetrada na Justiça pelo SindSaúde.

A contratação desses 580 assessores deve pesar cerca de R$ 50 milhões na folha de pagamento anual da prefeitura, o que “inviabiliza o avanço na mesa de negociação por um percentual mais justo de reajuste salarial”, argumenta o SindSaúde, que na ação pede a revogação da lei.

Os sindicatos irão aguardar a resposta do prefeito, para marcar novas assembleias para tomada de deliberações.

Texto: Hanny Amoras

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