Esta semana encerra-se o prazo para que as empresas interessadas na execução dos serviços de construção do novo Cemitério Jardim da Saudade sanem erros constantes de suas propostas comerciais feitas à Prefeitura de Parauapebas para concorrer à licitação. Os ajustes precisam ser implementados sem, contudo, haver aumento do preço global das propostas já apresentadas. A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu.

Iniciada em abril do ano passado, a licitação, estimada em R$ 5,951 milhões pelo governo de Darci Lermen, atraiu alguns interessados que seguem no páreo, como o compromisso de consórcio Esperança, o também compromisso de consórcio União e as empresas RA Engenharia, Geotop e LL Soluções. Outras quatro empresas foram eliminadas ainda na etapa de habilitação. O processo é de autoria da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb).

Entre habilitação de licitantes e recursos, o processo vem se arrastando há meses de modo que ainda está longe de um desfecho. Além disso, erros identificados na composição de preços das propostas das empresas habilitadas levaram a Central e Licitações e Contratos (CLC) a emitir comunicado de convocação para que os interessados ajustem os dados e tenham condições de concorrer em pé de igualdade.

Enquanto isso, a demanda por um novo cemitério urge. O projeto prevê a construção de 2.632 jazigos tradicionais, pórtico de entrada, muro circundando toda a área do cemitério, estacionamento, prédios para capelas, sede administrativa, vestuário para funcionários e banheiro público. A área total do novo cemitério é de 20 mil metros quadrados e cada jazigo terá 2,42 metros quadrados.

‘Zé de Areia’ não suporta mais

A discussão sobre um novo cemitério para atender a demanda de Parauapebas é antiga. Vereadores já trataram a necessidade de um novo espaço, mas nada havia saído do papel. Segundo a prefeitura, o atual Jardim da Saudade, também conhecido como “Zé de Areia”, está com sua capacidade praticamente esgotada em decorrência do crescente número de sepultamentos realizados nos últimos anos.

Dados levantados pelo Blog do Zé Dudu junto ao Ministério da Saúde mostram que, desde 2021, Parauapebas registra acima de mil óbitos por ano. Entre 2021 e maio deste ano, a Capital do Minério computou 3.747 óbitos. Até o final do ano, há, matematicamente, ao menos 636 óbitos para serem adicionados a essa conta, considerando-se a série histórica recente de mortalidade no município.

Nos cálculos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a pandemia de coronavírus levou a mortalidade em Parauapebas a disparar em 24%, o que “influenciou diretamente no aumento demasiado do fluxo de enterros, trazendo a necessidade de expansão da área” do Cemitério Jardim da Saudade.

Atualmente, Parauapebas vive uma onda de acidentes envolvendo motocicletas, muitos deles fatais. Os acidentes, juntamente com as paradas cardiorrespiratórias, estão entre as principais causas de óbitos no município. O Blog do Zé Dudu havia chamado atenção no primeiro semestre para o impacto dos acidentes de moto na Capital do Minério, relembre aqui.