O prefeito Darci Lermen enviou pedido à Câmara de Parauapebas a fim de obter mais prazo para que a Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb) e sua Coordenadoria de Regularização Fundiária procedam à revisão da numeração de imóveis na cidade. Na semana passada, o gestor enviou ao parlamento um projeto de lei que modifica o artigo 17 da Lei Municipal nº 5.130, sancionada em 2022, segundo a qual as revisões nas numerações seriam feitas no período de dois anos. Agora, a prefeitura quer três anos para concluir as revisões. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.
O projeto de lei tem amplo alcance, considerando-se o fato de que Parauapebas, notadamente em sua área urbana, é uma das cidades brasileiras que mais cresceram, tanto de 2000 para 2010 quanto de 2010 para 2022, anos com realização de censo demográfico oficial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados levantados pelo Blog do Zé Dudu junto ao IBGE mostram que Parauapebas tinha 128 mil imóveis espalhados por 12 mil endereços, como ruas e avenidas. Cerca de 250 desses logradouros estão sem denominação oficial, segundo o instituto, assim como 36 mil residências não possuem numeração, o que dificulta ao proprietário uma simples entrega de correspondência por exemplo, além de deixá-lo à margem de políticas públicas e serviços essenciais.
Em mensagem enviada à Câmara para justificar o projeto, o prefeito alega que a ampliação de prazo para revisão e adequação da numeração dos imóveis é demanda da Semurb e da Coordenadoria de Regularização Fundiária, “que vêm sofrendo dificuldades estruturais desde 2023”. Essas dificuldades, explica Darci, ocorrem em função de “redução no quadro de servidores”, o que afetou a equipe técnica da Coordenadoria e inviabilizou a conclusão da revisão dos imóveis alcançados pela lei de logradouros. O projeto não gera impacto financeiro e ficou de entrar na pauta durante a sessão ordinária de amanhã, quarta-feira (7).
Tributos na mira
Ao providenciar o devido cadastramento de imóveis no município, aperfeiçoando-o, a Prefeitura de Parauapebas cria condições para bater em cima de eventuais sonegadores de tributos, como o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), que, mesmo tendo valor anual baixo, ainda é bastante negligenciado. O Blog apurou que o recolhimento de IPTU pelo município vem crescendo ano após ano, de modo que nos últimos 12 meses foram recolhidos R$ 8,324 milhões, muito acima da expectativa de R$ 6,03 milhões para este ano.
Outro tributo municipal que também depende de precisão e atualização de cadastros imobiliários é o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cobrado de um comprador de imóvel pela prefeitura. Nos últimos 12 meses, a Prefeitura de Parauapebas faturou R$ 5,395 milhões com o ITBI, bem acima do previsto para esse tipo de receita, R$ 3,8 milhões.
2 comentários em “Prefeitura de Parauapebas quer prazo para adequar numeração de imóveis”
Quem sempre perde somos nós. Minha casa não tem número, não posso nem receber uma correspondência. Mas tive que pagar IPTU. Além de não ter acesso a água encanada e esgoto. Muito lindo
desespero pra arrecadar mais…