Cerca de 400 metros de pontes da zona rural do município de Parauapebas vão receber manutenção pela empresa EIV Construtora. A informação foi publicada na edição de ontem (24) do Diário Oficial da União (DOU). O valor do contrato é de R$ 320.987,20 (veja aqui) e a fiscalização será feita pela Secretaria Municipal de Obras (Semob).
Atualmente, cerca de 20 mil habitantes moram na zona rural de Parauapebas. Desse total, 10.800 são eleitores do município, de acordo com estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e necessitam de políticas públicas.
Esses cidadãos movimentam uma economia de R$ 135 milhões que passam pelas pontes e estradas vicinais e que correm à margem da megaindústria extrativa mineral. Só em rebanho bovino Parauapebas conta com aproximadamente 120 mil cabeças de gado e suas lavouras produzem milhões por ano em commodities apreciadíssimas na cidade e noutras praças comerciais, como mandioca (R$ 66 milhões), banana (R$ 36 milhões), açaí (R$ 2,4 milhões), soja (R$ 1,9 milhão), abacaxi (R$ 1,2 milhão), cacau (R$ 500 mil) e produtos oriundos da extração vegetal (R$ 900 mil). A maior parte dessa riqueza, quase invisível, é feita pelo colono, que enfrenta a poeira do verão e o rigoroso inverno chuvoso da Amazônia para levar o alimento à mesa de milhares de pessoas.
ENQUANTO ISSO…
O gabinete do prefeito Darci Lermen, chefiado por Roque Dutra, dá show de gastança do dinheiro público. Na mesma edição do Diário Oficial da União em que a Semob investe R$ 320 mil para ajeitar pontes para a população do campo, o Gabinete da Prefeitura de Parauapebas arrocha um aditivo de R$ 312.502,92 para manter agência de viagem (veja aqui).
A prefeitura havia firmado contrato inicialmente por R$ 250.002,34 para fornecimento, cotação, reserva, emissão e cancelamento de passagens aéreas com vistas ao deslocamento de servidores, conselheiros municipais e usuários do programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Mas não foi suficiente. Agora, o contrato recebeu um “plus” e o valor global, após dois aditivos, já chega a R$ 625.005,84. É praticamente o dobro do gasto pela mesma administração com o tráfego de milhares de pessoas da zona rural. Gasta quem pode, ordena despesa quem tem juízo.