Sete prefeituras paraenses vão ficar — ainda mais — milionárias nas próximas horas com a entrada de saborosos recursos da apreciadíssima Compensação Financeira pela Exploração Mineral, cuja sigla Cfem os prefeitos sabem de cor. Ontem, sexta-feira (8), a Agência Nacional de Mineração (ANM) dividiu as cotas da compensação, também chamada de royalties, e as prefeituras ficam com 60% da receita apurada. O dinheiro ainda não caiu na conta bancária das prefeituras, mas a ordem de pagamento já saiu do Tesouro Nacional ao Banco do Brasil.
Os royalties são tão impactantes e mexem tanto com o astral do Pará que alguns prefeitos dormem e acordam sonhando com esses recursos, que são a mão na roda das finanças dos municípios mineradores da região de Carajás. Dormem e acordam sonhando mesmo sabendo que, por força de lei, eles, os gestores e ordenadores de despesas, não podem usar a Cfem para pagar despesa com pessoal ou dívidas. O resto pode — e, segundo deliram alguns, ninguém tem nada a ver com isso.
A Prefeitura de Parauapebas segue imbatível, com R$ 43,43 milhões vindo a galope no horizonte nos próximos dias, publica a ANM. Mas, até aqui, não é novidade porque há pouco mais de uma década Parauapebas lidera a produção de minério de ferro no país e, bem assim, o recebimento de royalties. A Cfem de Parauapebas vai seguir suculenta até metade da década que vem, mas antes de 2030, com a desaceleração da atividade minerária na Serra Norte de Carajás, deve cair drasticamente e colocar as extremamente dependentes contas locais em perigo.
Terra Prometida
Novidade mesmo é (e será ainda mais, na década que vem) a ascensão de Canaã dos Carajás, onde a prefeitura vai abocanhar nas próximas horas R$ 25,47 milhões, um valor histórico e o maior para um mês desde a fundação do município, em 1994. São praticamente R$ 6 milhões a mais em relação ao mês de fevereiro — o royalty de Parauapebas, por exemplo, não aumentou sequer R$ 1 milhão de um mês para o outro.
O Blog havia feito projeção, ainda no ano passado, de que a Prefeitura de Canaã dos Carajás iria chegar ao final de 2019 recebendo mais de R$ 30 milhões por mês apenas com royalties. Está caminhando conforme o previsto. E olhe que a arrecadação mensal do governo municipal, até um ano atrás, não chegava a isso ainda que se ajuntassem todas as fontes. Tanto progresso financeiro só reforça que o Canaã do Pará é mesmo a “Terra Prometida” bíblica no Brasil, com pão, leite e mel traduzidos subliminarmente em vários milhões de cifrões nos cofres de seu próspero Poder Executivo.
Além de Parauapebas e Canaã, as prefeituras de Marabá (R$ 6,72 milhões), Oriximiná (R$ 2,52 milhões), Terra Santa (R$ 1,72 milhã), Curionópolis (R$ 1,63 milhã) e Paragominas (R$ 1,43 milhão) são outras com valores expressivos a cair na conta corrente do Banco do Brasil logo mais. Ao todo, 47 prefeituras paraenses terão direito à Cfem este mês pela lavra de recursos minerais praticada em janeiro. Juntos, os municípios paraenses vão movimentar R$ 85,66 milhões.
O estado de Minas Gerais, maior rival do Pará em mineração, terá este mês 383 prefeituras com direito a royalties. Ainda assim, o valor global a partilhar por todas elas é de R$ 85,33 milhões, ligeiramente menor que por aqui.
Confira os valores a que cada prefeitura paraense terá direito este mês!
3 comentários em “Prefeituras da região de Carajás bamburradas nas próximas horas com fartos royalties”
Cadê o dinheiro que tava aqui?
Infelizmente a maior parte desse recurso vai pro bolso dos psicopatas, definição dos políticos que nao estão nem ai pra população, eles dormem tranquilos como se nada acontececem com os eleitores que votaram neles.
Enquanto isso…O esgoto corre a céu aberto, a violência dispara, o desemprego cresce e a pergunta fica: CADÊ TANTO DINHEIRO QUE PASSA POR AQUI?