Um levantamento inédito realizado pelo Blog do Zé Dudu nesta segunda-feira (19) mata uma curiosidade que está na cabeça da população: quem é quem na “fila do pão”, em se tratando da arrecadação das prefeituras. Sem surpresa, e como noutras ocasiões já informadas pelo Blog, as prefeituras de Belém, Parauapebas e Marabá estão entre as 100 mais endinheiradas do país. Os dados foram organizados pelo Blog a partir da prestação de contas consolidada das prefeituras referente ao segundo quadrimestre deste ano e reporta a receita corrente líquida dos municípios para o período de 12 meses corridos, compreendidos entre setembro de 2019 e agosto de 2020.
A capital paraense tem a 17ª prefeitura mais rica do país, com receita de R$ 3,134 bilhões para uma população estimada em 1,493 milhão de moradores. Dá uma média de R$ 2.100 arrecadados ao ano por pessoa. A média de arrecadação de Belém é, contudo, muito baixa e, entre as capitais, só não é pior que a da vizinha Macapá (AP), onde a receita por morador chega a pífios R$ 1.728.
Já Parauapebas, com sete vezes menos moradores que Belém, vê o governo local arrecadar pouco mais da metade. Em 12 meses corridos, a prefeitura da capital do minério faturou a exponencial quantia de R$ 1,702 bilhão, numa média retumbante de R$ 8.170 por pessoa. Não é a média mais alta do grupo, ainda assim impressiona, especialmente porque, hoje, das 5.568 prefeituras brasileiras, só 43 conseguem arrecadar mais que a de Parauapebas. Dá para contar nos dedos. Nesse seleto grupo, só o município industrial paulista de Barueri e os petrolíferos fluminenses Maricá e Macaé batem o maior produtor nacional de minério de ferro em faturamento médio per capita.
Na 83ª colocação vem a Prefeitura de Marabá, que a cada ano avança um pouco mais. Ela arrematou R$ 957,5 milhões e se mostra mais rica, por exemplo, que as capitais Rio Branco (AC), com R$ 893,9 milhões, e Macapá (AP), com R$ 870 milhões. O governo de Marabá também surra a Prefeitura de Imperatriz (MA), município com o qual rivaliza forças de atração regionais e que fatura R$ 811,6 milhões. A média de arrecadação per capita marabaense é de R$ 3.428, bem acima da média das principais capitais regionais do país, como Petrolina (PE), R$ 2.143; Mossoró (RN), R$ 2.247; Vitória da Conquista (BA), R$ 2.256; e Governador Valadares (MG).
No fechamento das 100 administrações mais endinheiradas, a Prefeitura de Ananindeua crava com receita líquida de R$ 855,1 milhões, porém é a 3ª com pior capacidade de arrecadação por habitante: apenas R$ 1.611 por ano. Só os municípios fluminenses de Belford Roxo (R$ 1.517) e São Gonçalo (R$ 1.241) têm indicadores médios ainda mais dramáticos.
Canaã dos Carajás é destaque
No ranking estendido para até a 150ª posição, mais duas prefeituras paraenses entram na contagem: Canaã dos Carajás e Santarém. O governo de Canaã, como tantas vezes já revelado pelo Blog do Zé Dudu, é o que mais enriquece no país, devido à expansão da lavra mineral sob responsabilidade da mineradora multinacional Vale.
Em 12 meses, a Prefeitura de Canaã dos Carajás acumulou R$ 757,5 milhões líquidos, que, dissolvidos aos 37,1 mil habitantes estimados em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dá uma média impressionante de R$ 20.427 por pessoa. Só o município paulista de Ilhabela consegue arrecadar mais no país, com média de R$ 21.866.
O pequeno Canaã dos Carajás surra, em arrecadação, municípios com dez vezes sua população, como Olinda (PE), que tem 393 mil moradores, mas arrecada somente R$ 635,8 milhões. Ou Cariacica (ES), que conta 381 mil habitantes e fatura R$ 725,1 milhões. Ou até mesmo o importantíssimo conterrâneo Santarém, uma capital regional no oeste do Pará com 305 mil moradores, mas cuja receita líquida não passa de R$ 709,1 milhões.
No ranking geral, a Prefeitura de Canaã dos Carajás ocupa a 120ª colocação, enquanto a de Santarém, a 135ª. Confira o ranking exclusivo do faturamento líquido das prefeituras em um ano preparado pelo Blog do Zé Dudu!
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