Quer trabalhar no serviço público sem se preocupar em fazer concurso para obter estabilidade? Bem-vindo ao Pará! O estado tem as prefeituras que estão entre as que garantem as maiores cabides de emprego do país, devido ao elevado percentual de trabalhadores temporários que sustentam. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que cruzou dados de todas as Unidades da Federação investigadas na Pesquisa de Informações Básicas Municipais, também chamada de Munic, de autoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados da Munic 2019, referentes a 2018, foram liberados esta semana e revelam que um em cada três servidores municipais paraenses não tem vínculo permanente (ou a chamada estabilidade adquirida após efetivação em concurso público). Dos atuais 293,8 mil servidores das prefeituras do Pará, 97,2 mil são temporários (33,09%), que podem anoitecer no cargo e amanhecer desempregado por razões quaisquer.
Só em municípios do Amazonas (44,94%) e do Maranhão (33,83%) são encontrados exércitos de servidores temporários mais elevados que no Pará, proporcionalmente. A média daqui, aliás, é quase o dobro da nacional (18,92%) e uma vergonha perante as taxas encontradas no Paraná (2,15%), Rondônia (3,03%) e São Paulo (3,97%). Além da multidão de contratados, o Blog identificou que as prefeituras do Pará têm hoje 168,6 mil servidores efetivos; 5,4 mil empregados admitidos com carteira assinada; 21 mil comissionados; e 1,6 mil estagiários.
Dos 144 municípios, 22 têm órgão de administração indireta. É o caso de Belém, Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás, que têm “braços” que prestam serviços públicos com dotação orçamentária própria, mas sempre sob controle da prefeitura, que é a “mãe”. Nesses órgãos de administração descentralizada há cerca de 3,8 mil servidores alojados, sendo aproximadamente 2,1 mil concursados. Os contratados somam 830 e os comissionados, cerca de 600. Há ainda 245 empregados celetistas e 140 estagiários na administração indireta dos municípios paraenses.