Um levantamento inédito realizado pelo Blog do Zé Dudu nesta sexta-feira (14) traçou o panorama da arrecadação das 20 mais ricas prefeituras paraenses em 2024, a partir de balanços consolidados e informados por elas próprias a órgãos de controle externo. Os dados exclusivos revelam que, de 2023 para 2024, esses medalhões ficaram R$ 3 bilhões mais ricos, e o estado ganhou mais uma prefeitura no seletíssimo grupo das bilionárias do país.
Sem novidade, a ordem das prefeituras mais ricas em 2024 foi a mesma de 2023, com Belém (R$ 4,928 bilhões) liderando o ranking, seguida de Parauapebas (R$ 2,675 bilhões), Canaã dos Carajás (R$ 1,953 bilhão), Marabá (R$ 1,476 bilhão), Santarém (R$ 1,428 bilhão) e Ananindeua (R$ 1,332 bilhão). O grande destaque do ano foi a Prefeitura de Barcarena, que rompeu a cifra mágica do bilhão pela primeira vez, cravando R$ 1,054 bilhão em receita líquida, já feitas as deduções constitucionais.
Com a ascensão de Barcarena, o Pará passa a ter sete representantes no listão dos municípios de receita bilionária, número superior ao de estados como Goiás e Bahia. Além disso, a Prefeitura de Barcarena foi a que proporcionalmente mais enriqueceu no Brasil entre as bilionárias, na ordem de 31,9%, conforme outro levantamento que o Blog do Zé Dudu está produzindo e deve divulgar em breve, em primeira mão, revelando as prefeituras mais ricas do Brasil.
AS 7 PREFEITURAS BILIONÁRIAS DO PARÁ | RECEITA LÍQUIDA
1º Belém — R$ 4.928.450.080,67
2º Parauapebas — R$ 2.675.145.986,64
3º Canaã dos Carajás — R$ 1.952.566.284,12
4º Marabá — R$ 1.476.254.579,40
5º Santarém — R$ 1.427.954.059,77
6º Ananindeua — R$ 1.331.543.429,93
7º Barcarena — R$ 1.054.107.373,76
As prefeituras de Parauapebas e Canaã dos Carajás foram as que prosperaram menos no ranking das 20 mais ricas do Pará, com crescimento nominal de 4,5% e 8,6% respectivamente, e, embora sigam multibilionárias, perderam o protagonismo em 2024.
O salto histórico dado por Belém, que ficou R$ 852 milhões mais rica no ano passado, impressionou, mas o fato pode ser explicado pela injeção de investimentos que a metrópole tem recebido a fim de se preparar para receber a COP30, evento mundial das Nações Unidas que ocorrerá na capital paraense em meados de novembro deste ano. A receita líquida de Belém prosperou quase 21% de 2023 para 2024, algo que a prefeitura local não via há mais de uma década.
Aumenta número de ‘meio bilionárias’
À exceção de Parauapebas e Canaã dos Carajás, todos os representantes do grupo dos 20 municípios de maior faturamento de 2024 cresceram acima de 10% — e chegaram a prosperar acima de 25%, como é o caso de Tucuruí (27,8%), Barcarena (31,9%), Redenção (32,3%) e Bragança (33,9%).
Mas a fileira de prefeituras que mais “bamburraram” é a da faixa de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão em arrecadação líquida. O número passou de seis para nove, o que mostra o progresso das finanças de muitos municípios, alguns dos quais desconhecidos do grande público.
AS 9 PREFEITURAS ‘MEIO BILIONÁRIAS’ DO PARÁ | RECEITA LÍQUIDA
8º Castanhal — R$ 760.471.212,05
9º Breves — R$ 630.337.103,82
10º Itaituba — R$ 610.636.159,25
11º Altamira — R$ 605.284.476,81
12º Paragominas — R$ 599.519.984,18
13º Tucuruí — R$ 597.464.213,61
14º Abaetetuba — R$ 562.673.067,90
15º Marituba — R$ 525.232.628,92
16º Cametá — R$ 505.624.171,02
Breves, cuja prefeitura é a mais rica da região do Marajó, com R$ 630,34 milhões de receita, é um exemplo do progresso dos municípios meio bilionários. Considerada uma localidade socialmente pobre, com parcela alta da população dependente de programas de transferência de renda, a arrecadação de Breves triunfou nos últimos anos embalada por repasses constitucionais.
A média de arrecadação local por habitante (R$ 5.479), inclusive, já está acima da média para o grupo das 20 prefeituras mais ricas (R$ 4.696). Aliás, é superior à média de Marabá (R$ 5.117), que é uma potência econômica e estrela de primeiro brilho no estado.
Imersa num grupo embolado, que tem outros nomes de resplendor e de receita crescente, Breves brilha ao lado de Itaituba (R$ 610,64 milhões), Altamira (R$ 605,28 milhões), Paragominas (R$ 599,52 milhões), Tucuruí (R$ 597,46 milhões) e Abaetetuba (R$ 562,67 milhões).
Mas, no tocante à receita média por habitante, ninguém bate Canaã dos Carajás, com seus R$ 22.539 por morador, uma das médias mais altas do país. É quase dez vezes o potencial do último colocado, Ananindeua, que recolhe R$ 2.622 por pessoa, uma das médias mais baixas do país entre as prefeituras mais ricas. No quesito receita alta por habitante, são destaques também os municípios de Parauapebas (R$ 8.951 de receita por habitante), Barcarena (R$ 7.676) e Tucuruí (R$ 6.208).
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