A Prefeitura de Parauapebas ultrapassou mesmo a de Belém no quesito movimentação e circulação de mercadorias e serviços. A prova cabal é o fato de o governo de Darci Lermen receber uma fatia maior de ICMS em relação à administração de Edmilson Rodrigues. Ele que se cuide: a gestão de Josemira Gadelha será a próxima a passar como um trator sobre a capital paraense num futuro breve. O minúsculo Canaã dos Carajás tem todos os ingredientes para deixar a receita da metrópole no chinelo.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que calculou quanto as 144 prefeituras do estado receberam no mês passado a título de cota-parte do saboroso imposto. A conta é feita somando-se a cota-parte do ICMS “normal” com a cota retirada para formar uma outra receita, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Para os municípios mineradores e para as localidades com tradição industrial ou comércio forte, o ICMS acaba sendo a primeira ou segunda maior receita, superando fontes como o próprio Fundeb e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Parauapebas, maior receptáculo de ICMS no Pará, abocanhou um pacote de R$ 54,95 milhões no mês passado, quantia suficiente para sustentar durante o ano inteiro várias prefeituras paraenses, como as de Bannach e Sapucaia no sul do estado. A prefeitura da capital, Belém, embolsou R$ 41,22 milhões e é seguida de perto pelo governo da Terra Prometida. Em Canaã dos Carajás, o faturamento do mês foi de R$ 35,73 milhões, muito acima do que recebeu a administração de Tião Miranda, em Marabá: R$ 22,67 milhões.
Ao todo, as prefeituras paraenses racharam R$ 369,88 milhões, sendo que as 15 que mais ganharam dinheiro respondem por 65% do faturamento dos recursos distribuídos. Exatas 87 não conseguiram receber mais de R$ 1 milhão ao longo de fevereiro, 22 receberam menos de meio milhão e os governos de São João da Ponta (R$ 368,6 mil), Peixe-Boi (R$ 370,5 mil) e Santarém Novo (R$ 373,4 mil) levam os troféus do pódio dos que menos recebem ICMS.