Por Eleutério Gomes – de Marabá
Fundador e presidente da recém-nascida Acripará (Associação dos Criadores do Estado do Pará), o empresário Maurício Fraga Filho, 49 anos, disse ao Blog, no início da noite desta quinta-feira (11), que a motivação para que ele criasse a entidade foi a falta de um órgão que representasse os pecuaristas do Estado. Ele lembrou que o Pará é hoje detentor do 5º maior rebanho bovino do Brasil, mas não tinha quem representasse os criadores e, assim nasceu a associação, no finalzinho de 2017, e que agora parte para a busca de associados.
A Acripará, disse Maurício, pretende fazer um trabalho espelhado no que já realiza em Mato Grosso a Acrimat, com apoio ao criador quanto à tecnologia, conhecimento, modernização e, principalmente, regularização fundiária.
Fraga disse que hoje as regiões sul e sudeste do Estado não enfrentam grandes problemas com criação, engorda e recria. “O maior problema nosso, atualmente, é a regularização fundiária e as exigências ambientais, que são muitas. Existem muitas áreas sem documentação. Isso impede o acesso ao crédito e causa insegurança jurídica”, afirma ele.
O presidente da Acripará afirma que hoje as duas regiões estão bem servidas de frigoríficos com 15 desses estabelecimentos no sul e sudeste do Estado, cujos maiores importadores de gado são a Rússia e a China, mais especificamente Hong Kong. “Hoje São Félix do Xingu é o município brasileiro que detém o maior rebanho do País, Marabá está em quinto lugar. Então, se no Pará estão dois dos cinco maiores rebanhos, temos de fomentar mais ainda a pecuária”, afirma Fraga.
Ele diz que a solução para a questão fundiária depende muito mais do governo do Estado do que do pecuarista, pois o poder público dispõe de pouca estrutura para “resolver o problema que é muito grande”. “Falta gente, falta tudo de uma maneira geral. Agora que o Iterpa (Instituto de Terras do Pará) está com uma sede nova, bem aparelhada e com tecnologia mais avançada, esperamos que a situação melhore”, torce Maurício Fraga Filho.