O diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, está entre as principais pessoas cotadas para assumir o posto de ministro da Fazenda no próximo mandato. O nome do novo ministro deve ser anunciado antes da cúpula do G-20 marcada para os dias 15 e 16 de novembro, na Austrália.
A informação foi veiculada hoje no jornal O Globo. Entre os nomes cogitados estão o do atual governador da Bahia, Jaques Wagner; o do economista Nelson Barbosa, que foi secretário-executivo do ministério; e Aloizio Mercadante, atual chefe da Casa Civil, diz o jornal carioca.
Mas existe a expectativa de que a presidente Dilma escolha um nome mais alinhado com o mercado financeiro para a Fazenda. Esse rumor teria sido responsável pela alta registrada ontem na Bolsa de São Paulo.
Nessa linha, constam na lista dos cotados Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco do Brasil e executivo do banco Safra; o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; e, de novo, o economista Nelson Barbosa.
De acordo com a revista Época Negócios, o Partido dos Trabalhadores prefere Barbosa. O economista saiu do governo em 2013 ao entrar em conflito com Arno Augutin, secretário do Tesouro Nacional. Barbosa é colaborador do Instituto Lula.
Em setembro, o jornal Folha de S.Paulo afirmou que o relacionamento da presidente Dilma com o empresariado é ruim e perguntou a Ferreira como melhorar essa relação em caso de reeleição.
Murilo respondeu que “não podemos continuar esse Fla-Flu político, que é estimulado por São Paulo, de onde vem os partidos que disputam a eleição, PT e PSDB. A política em São Paulo está muito rancorosa”.
Segundo o jornal paulista, Ferreira é alinhado ao governo, que tem forte influência na Vale por meio do BNDES e dos fundos de pensão estatais.
Murilo Ferreira tem 61 anos e sua carreira foi construída integralmente na Vale. Antes de ser indicado ao cargo de diretor-presidente, em substituição a Roger Agnelli, foi diretor-executivo de várias áreas da mineradora, incluindo Alumínio, Holdings, Desenvolvimento de Negócios, Energia, Níquel e Metais Básicos, de 2005 a 2008. Em 2007 e 2008 foi diretor-presidente da Vale Canadá e presidente do Conselho de Administração da Alunorte, de 2005 a 2008; da MRN, de 2006 a 2008; e da Valesul Alumínio, uma subsidiária da Vale envolvida na produção de alumínio, de 2006 a 2008.
Ferreira foi membro do Conselho de Administração de várias empresas, entre elas a Usiminas, de 2006 a 2008, e sócio da Studio Investimentos, uma firma de gestão de ativos com foco no mercado de ações brasileiro, de outubro de 2009 a março de 2011. O principal executivo da Studio é Gabriel Stoliar, que foi diretor-executivo da Vale de 1997 a 2008.
O executivo é formado em Administração de Empresas pela FGV de São Paulo e tem especialização de Executivos pela IMD Business School, da Suíça, segundo informações do Relatório Anual 2013, da Vale